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As siderúrgicas conseguiram repassar aumentos de até 12% no preço do aço para alguns clientes da indústria automotiva e fabricantes de autopeças, de acordo com informações do vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Nelson Ferreira. Apesar disso, ele confirmou que em alguns casos as usinas perderam a queda de braço com o setor e não realizaram o reajuste.
Segundo Ferreira, o repasse seria feito em duas parcelas. O primeiro aumento ocorreu em dezembro e a segunda elevação no preço do insumo foi realizada neste mês.
As empresas que aceitaram o reajuste temiam perder cotas de fornecimento por parte das usinas que produzem aços especiais, explicou. Conforme o vice-presidente da entidade, a dificuldade para encontrar fornecedores levou à aceitação do aumento. Apesar disso, segundo ele, algumas fabricantes de autopeças e montadoras conseguiram pressionar as siderúrgicas, que acabaram mantendo os preços no fim de 2009.
Ele lembrou que no último trimestre de 2009, as siderúrgicas anunciaram que iriam realizar reajustes no preço do produto. A movimentação ocorreu após o governo federal anunciar a elevação na alíquota de importação do aço , afirmou. Conforme ele, a entidade chegou a procurar o governo federal para impedir a elevação nos custos da produção.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a ameaçar zerar novamente a alíquota de importação, o que não ocorreu.
Importação
Mesmo com as alíquotas elevadas, os fabricantes de autopeças chegaram a ameaçar importar o aço, caso os aumentos fossem realizados. Para isso, seria formado um pool para comprar o insumo no mercado internacional, pois os preços praticados são significativamente menores do que os praticados no país.
A movimentação por parte do setor industrial, que elevaria a concorrência com os produtos importados, conforme especialistas já haviam afirmado ao Diário do Comércio, estaria levando as usinas a desistirem de realizar novos reajustes. Apesar disso, Ferreira lembrou que os fabricantes de autopeças já foram atingidos pela elevação nos custos, pois as usinas já repassaram um aumento médio de 12% para os distribuidores. Isso afeta principalmente as indústrias de pequeno e médio portes , afirmou.
De acordo com o vice-presidente da Sindipeças, as perspectivas para o setor em 2010 são otimistas. Para ele, deverão haver continuidade do aquecimento registrado no final do ano passado, quando houve incremento nas atividades dos fabricantes de autopeças.
Com a elevaçãoo nos negócios, as fabricantes encurtaram o período de férias coletivas entre o final do ano passado e o início de 2010. Muitas indústrias mantiveram as operações para atender a demanda das montadoras. De acordo com pesquisa realizada pelo Sindipeças junto a 144 empresas, apenas 42% das indústrias no país adotaram férias coletivas.
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