Indústria de autopeças investe 40% menos

Analistas estão em dúvida se fabricantes conseguirão acompanhar novidades das montadoras

Foto: Divulgação

A dúvida que está no ar atualmente entre analistas da indústria automobilística é a capacidade das fabricantes de autopeças de acompanharem os novos projetos das montadoras.

Muitas delas dependem das matrizes que, diante da crise em seus mercados, principalmente no caso das americanas e europeias, relutam em liberar apoio financeiro às subsidiárias, o que pode levar a riscos de gargalos no futuro.

Em várias ocasiões em que o mercado estava aquecido, linhas de montagem tiveram de ser paralisadas por causa do desabastecimento de peças, ou os veículos permaneciam incompletos nos pátios. Uma saída poderá ser a importação de componentes, que este ano já levou o setor a um grande déficit em sua balança comercial.

Neste ano, a indústria de autopeças investiu apenas US$ 900 milhões, 40% a menos que em 2008, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Há exemplos, porém, de empresas que já resolveram o problema. A Elring Klinger, fabricante de juntas de cabeçote, defletores de calor e tampas plásticas de válvulas já definiu um programa de R$ 15 milhões para 2010, mais que o dobro do valor aplicado neste ano, de R$ 7 milhões.

"Vamos ampliar a produção em 25%", informa Hanz Eckert, diretor da Elring Klinger no Brasil, com fábrica em Piracicaba (SP). Ele conta que, em uma reunião realizada na matriz no mês passado, o grupo alemão definiu que a prioridade no próximo ano serão as unidades da China, Índia e Brasil, onde o mercado está crescendo. "Alemanha, Estados Unidos, Canadá e México não estão dando sinais muito bons", afirma.

A Delphi, uma das maiores fabricantes de autopeças do Brasil que atua em vários segmentos já aprovou US$ 40 milhões para o próximo ano. O grupo tem 10 fábricas no País e uma na Argentina.

No mês passado, a fabricante de pneus Michelin confirmou uma nova fábrica no Rio de Janeiro, que será construída ao lado da atual a um custo de US$ 200 milhões. A nova unidade será especializada em pneus para automóveis e entrará em operação em 2011.

A capacidade de produção da fábrica nova deve ficar entre 1 milhão e 3 milhões de pneus em seus primeiros 12 meses de operação. O plano é aumentar gradativamente e, no futuro, atingir a uma produção de 10 milhões de unidades por ano, segundo informou, em outubro, o novo presidente do grupo na América do Sul, Jean-Philippe Ollier.
 


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