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Fotos: Divulgação
A indústria brasileira produzirá 64% dos equipamentos necessários para a exploração do pré-sal. Na prática, isso significa que as encomendas do setor de petróleo para fornecedores locais saltarão dos atuais US$ 12 bilhões para US$ 20 bilhões por ano na próxima década. “Dos investimentos relacionados a projetos (de exploração do pré-sal) no país, cerca de 64% serão colocados junto ao mercado fornecedor local, levando a uma média anual de colocação de US$ 20 bilhões. A situação anterior máxima chegou a US$ 12 bilhões”, afirmou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) sobre o pré-sal, realizada nessa terça (29/9), em Brasília.
A ministra garantiu que esse nível de encomenda às empresas brasileiras é possível. Ela citou como exemplo os resultados da estratégia adotada desde o início da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de estimular a produção nacional. “O governo começou a fazer isso em 2003, quando ressuscitou a indústria naval brasileira, quando obrigamos um maior recurso local e que os investimentos fossem feitos aqui. Não fizemos um pedaço das plataformas P-53 e P-55? Não estamos fazendo novamente navios aqui dentro? Não vamos fazer sonda? Podemos fazer!”, salientou.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, defendeu menor tributação, juros baixos e financiamentos especiais para o setor recuperar a posição perdida. “Na década de 80, o Brasil era o quinto maior produtor mundial de bens de capital; hoje estamos em 14º. Eram 8 mil indústrias e hoje são 4 mil”, lembrou. “Podemos dar um salto, mas não depende só de palavras, vai defender de ação”, observou.
Questionada sobre esse cenário, a ministra Dilma admitiu o problema, mas reforçou que é possível recuperar o tempo perdido. “Vamos completar tudo aquilo da cadeia que acabou”, garantiu. E destacou que o pré-sal acelerará essa recuperação. “Fomos, no passado, o segundo produtor de navios do mundo. Ela (indústria naval) foi desmontada. Agora, no governo Lula, um pouco antes do pré-sal, em 2003, começamos a remontar. Todo o pré-sal só vai aprofundar ainda mais a política industrial de produzir no Brasil e criar aqui uma indústria de fornecimento, de navio, de sonda”, disse.
Dilma lembrou que na década de 80 a indústria de bens de capital chegou a superar a coreana, mas o desaparelhamento, que começou com a crise da dívida, em 1982, e se agravou até meados de 90, fez o segmento ser ultrapassado. “Por isso, quando o presidente Lula fala ‘nunca antes na história desse país’ há um fundo grande de verdade, porque somos os primeiros a investir e voltamos a fazer política industrial”, defendeu a chefe da Casa Civil.
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