Fonte: Agência Brasil - 26/04/07
O baixo risco político contribui para que o Brasil tenha o segundo melhor ambiente para investimentos da América Latina e Caribe. Nesse quesito – que leva em conta risco de guerra e risco de expropriação - o país mereceu nota máxima da Análise Comparativa do Atrativo Nacional para Investimentos Privados em Infra-estrutura, divulgado nessa quarta-feira (25) pelo Fórum Econômico Mundial, em Santiago, no Chile.
O Chile, tanto pela atratividade como pelo desenvolvimento de sua malha de infra-estrutura, foi classificado em categoria própria – de zero a sete, recebeu nota 5,3.
O histórico brasileiro de investimentos em infra-estrutura também foi bem avaliado pelo fórum devido ao pequeno número de projetos cancelados e o “relativamente alto nível” de investimentos na área entre 1994 e 2005. “O Brasil também se distingue pelo fácil acesso a informações”, avalia o relatório. Nesse aspecto, o país é o número um da região no que se refere à qualidade das estatísticas, à transparência e abertura do diálogo e do processo de tomada de decisão e, ainda, na “consistência, continuidade e previsibilidade do processo de privatizações.
O Brasil, entretanto, também tem seus pontos fracos no que se refere ao ambiente de negócios. “O Brasil tem problemas com relação a um fator essencial, que é o marco legal”, diz o gerente de projetos de pesquisa na América Latina do Fórum Econômico Mundial, Julio Estrada. Nesse aspecto, segundo o relatório, a comunidade de negócios demonstra pouca confiança nos políticos e duvida de sua imparcialidade. O documento também menciona a importância de um Judiciário independente e sugere que o país trate isso como prioridade.
Outro ponto que deve ser aprimorado, na avaliação do Förum Econômico, é o ambiente macroeconômico. “O governo tem tido déficit todos os anos, de 1995 a 2005”, lembra o relatório. Também menciona a baixa qualidade do sistema educacional: “A dificuldade para contratar mão-de-obra estrangeira pode desanimar investidores estrangeiros com necessidade de mão-de-obra especializada”.
Irene Mia, economista sênior do Fórum Econômico Mundial, faz outra crítica: “Não há uma visão, por parte do governo, da importância do investimento privado em infra-estrutura.” O economista-chefe da Corporação Andina de Fomento, Luis M.Castilla, aponta aquele que, para ele, é um dos principais entraves a investimentos em toda a região: “O problema que vemos é a qualidade de alguns projetos, a falta de visão de alguns países”, avalia. “Nos últimos anos, prevaleceu o ajuste fiscal e não se trabalhou na qualidade dos projetos”.
Com relação ao atual estágio da infra-estrutura no país, o Brasil ficou em quinto lugar no ranking regional.
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