Galvanização garante maior durabilidade aos hangares

Processo diminuiria custos no país, segundo em número de aviões no mundo

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O Brasil detém o segundo maior número de aeroportos do mundo, de acordo com os registros da Organização Internacional da Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês). Conforme os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Brasil tem hoje 2.498 aeroportos e aeródromos (locais sem terminais de passageiros), dos quais 739 são públicos e 1.759 particulares. O primeiro lugar pertence aos Estados Unidos,com 16.507 aeroportos/aeródromos. Apesar desse número considerável de locais de pousos e decolagens de aeronaves, sabe-se que boa parte dos aeroportos tem contas deficitárias, agravadas muitas vezes pelas despesas de manutenção. Contribui para esse balanço em geral no vermelho, o fato de que a maioria dos hangares brasileiros construídos com estruturas e coberturas metálicas não são galvanizados - ao contrário de boa parte dos seus congêneres norte-americanos, europeus e asiáticos.



O emprego da galvanização por imersão a quente, como forma de proteção contra corrosão das estruturas e coberturas metálicas que conformam os hangares, daria uma durabilidade muito maior a elas e menores custos de manutenção. Como exemplo representativo dessa vantagem, pode-se citar o caso do hangar da United Airlines no aeroporto Logan, em Massachussets (EUA). Ali, a estrutura e a cobertura do hangar, utilizado para abrigar os Boeings 777 da United Airlines durante a manutenção, empregaram mais de 430 toneladas de aço galvanizado, em 2000. A previsão em projeto para realizar a primeira manutenção é para 2085, ou seja, 85 anos após a entrada em serviço da edificação.

A galvanização proporciona durabilidade e economia em manutenção, devido ao fato de que as estruturas e chapas de aço recebem a proteção por um processo industrial muito eficiente e que segue normas internacionais severas. Por esse sistema, o aço é protegido pelo revestimento de zinco por meio de dois mecanismos: proteção por barreira exercida pela camada de revestimento e proteção catódica, na qual o zinco é sacrificado para proteger o aço. O processo de galvanização por imersão a quente, também conhecido como galvanização a fogo, consiste na imersão de peças de aço ou de ferro fundido (de variados formatos, peso e complexidade) em um banho de zinco fundido, garantindo ao aço maior proteção contra a corrosão. Além disso, o aço galvanizado é compatível com diversos tipos de tintas. E, fundamentalmente, as construções de hangares e outras edificações que empregam estruturas, coberturas e demais elementos metálicos galvanizados têm sua vida útil ampliada em até cinco vezes. Devido a essas vantagens, é cada vez mais utilizado nas construções.

Assim, investir um pouco mais na qualidade e a durabilidade dos materiais empregados na construção de hangares é essencial para que o país ganhe equipamentos de manutenção e estacionamento de aeronaves sustentáveis, tanto ambiental quanto economicamente. O meio ambiente se beneficia dessa durabilidade por diminuir a necessidade de extração de recursos naturais e, também, por reduzir a necessidade de reparos e de troca desses materiais, restringindo ainda a geração de resíduos, com menor consumo de matérias-primas, obtidas de recursos naturais cada vez mais escassos.

Portanto, os gestores de aeroportos e aeródromos brasileiros devem começar a inserir em seus radares esse dado: com essa tecnologia, ganham em economia, preservando o meio ambiente e ajudando portanto o país, ao adicionar sustentabilidade à nossa infraestrutura aeroportuária.

Ariane Souza é engenheira do Departamento de Desenvolvimento de Mercado da Votorantim Metais - Unidade de Negócios Zinco