Foto: Divulgação
Uma parceria entre o governo brasileiro e a indústria aeronáutica israelense permitirá a fabricação, em território nacional, até 2014, de 15 veículos aéreos não-tripulados (VANTs). A primeira aeronave, em testes na fronteira há mais de duas semanas, passou ontem por uma das últimas avaliações na base montada no aeroporto de São Miguel do Iguaçu, a 25 quilômetros de Foz do Iguaçu, Região Oeste do Paraná. Segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, que esteve presente aos testes, o equipamento começará a operar na região definitivamente a partir do primeiro semestre de 2010.
Avaliado em US$ 20 milhões – perto de R$ 40 milhões – o avião pilotado por controle remoto auxiliará a Polícia Federal no combate de crimes na fronteira, como o tráfico de drogas, de armas e de pessoas, o contrabando e os crimes ambientais. Esse é o segundo grande investimento governamental na fronteira do Paraná com Paraguai e Argentina. Neste mês, também começou a operar na região a Força Alfa, uma tropa de elite destinada a patrulhar a área do Lago de Itaipu.
Bases
Quando concluído, o projeto de monitoramento com aviões não-tripulados contará com bases em Foz do Iguaçu, Brasília e na Amazônia. Haverá ainda uma quarta base ainda não definida: poderá ser para a cobertura do litoral, para o quadrilátero da maconha ou para as favelas de Rio de Janeiro e de São Paulo.
Na fase de testes e treinamento, o governo brasileiro investirá cerca de US$ 25 milhões. “Mais que o valor, temos que ter a noção do impacto qualitativo que o investimento trará”, disse o diretor geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. O aparelhamento das forças de segurança para a produção de provas qualificadas contra o crime faz parte do plano de ação do Centro Integrado de Inteligência Policial e Análise Estratégica (Cintepol). A PF será a primeira polícia do mundo a operar esse tipo de avião. Forças Armadas da Índia e dos EUA operam VANTs há pelo menos oito anos.
Animado com os resultados apresentados durante os testes, Tarso Genro afirmou que dinheiro não é problema para a aquisição dos três veículos aéreos não-tripulados que estão nos planos do governo. As aeronaves consumirão cerca de 11% do montante de aparelhamento previsto no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). “Os recursos estão separados. E, dentro de 45 dias, devemos apresentar ao presidente Lula uma posição sobre o VANT”, afirmou o ministro.
Integração
Sobre a parceria com os israelenses, a expectativa é que as aeronaves espiãs passem a ser fabricadas no Brasil em no máximo dois anos. “Essa será uma das principais vantagens caso as negociações avancem e o governo feche o acordo. Vamos ter não só os equipamentos, mas toda a tecnologia”, destacou Tarso Genro. As informações colhidas pelo avião poderão ser repassadas tanto à polícia paraguaia como à Força Alfa. A mesma cooperação deve ser estendida a todos os países que fazem fronteira com o Brasil, como a Bolívia e os demais países que integram a Amazônia Legal.
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