Fonte: IDER - 18/04/07
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As alternativas do Brasil para a produção de energia foram debatidas nesta terça-feira (17) em audiência pública conjunta das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional, de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle e de Serviços de Infra-Estrutura do Senado Federal.
Os biocombustíveis e a energia eólica foram as duas formas mais discutidas no evento. O coordenador-geral da ANP - Agência Nacional de Petróleo, Manoel Polycarpo Castro Neto, disse que o país já superou a meta de adicionar 2% de biodiesel ao diesel e, portanto, o Brasil pode adiantar a meta prevista para 2010, que é de chegar a 5%.
Neto lembrou que a meta mundial de substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis é de 20%. “Não existe no mundo a idéia de que se poderia substituir plenamente, porque, para fazer isso, precisaríamos de uma área de aproximadamente quatro vezes o tamanho da Terra para plantar cana e oleaginosas”.
Segundo ele, os biocombustíveis são apenas uma transição entre os combustíveis fósseis e uma nova fonte de combustível, que ainda não está definida mundialmente. Algumas opções, acrescentou, são o hidrogenio líquido e a fusão a frio. O coordenador também lembrou que 43,6% da matriz energética do Brasil é baseada em fontes renováveis.
A diretora-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, Ivonice Campos, apresentou o quadro da geração de energia eólica (gerada pelos ventos) no Brasil. Ela disse que essa é a forma de energia que mais cresce no mundo e, embora tenha um grande potencial eólico, o país ainda não aparece entre os dez maiores produtores desse tipo de energia no mundo.
“Estamos vivendo uma realidade de necessidade e de consciência. Uma necessidade energética por tecnologias limpas de aproveitamento e também por causa da consciência ambiental, visando minimizar os riscos das mudanças climáticas globais”.
O diretor-geral da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, Jerson Kelman, apresentou alguns beneficios na utilização de fontes alternativas garantidos em lei, como o desconto de 50% no uso da linha de transmissão para quem desenvolve fontes alternativas de energia.
Segundo ele, está em análise a ampliação para 100% para quem use o lixo para gerar energia. Kelman anunciou que o governo vai realizar, em maio, um leilão para oferecer à iniciativa privada licenças para exploração de fontes incentivadas de energia, como pequenas hidrelétricas, usinas eólicas e termoelétricas baseadas na queima do bagaço de cana-de-açúcar.