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Foto: Divulgação
As indústrias de ferramentas, usinagem e produtos de ferro e metal encerraram 2008 (janeiro a dezembro) com faturamento da ordem de R$ 16,8 bilhões, correspondendo a crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior. Os dados foram compilados pelo Sinafer – Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, Metais e Ferramentas em Geral no Estado de São Paulo – que representa aproximadamente oito mil empresas que compõem o setor, 50% das quais se encontram no estado paulista. De acordo com José Duílio Justi, presidente da entidade, o elevado nível de atividade do mercado interno, somado ao bom desempenho da indústria de transformação, contribuiu para que os três primeiros trimestres do ano (período de janeiro a setembro) fossem positivos para o segmento.
Segundo o empresário, apesar do pessimismo que começa a tomar conta do mercado, o Brasil se livrou do pior. “Se a crise fosse financeira, o cenário seria bem mais tenebroso, uma vez que a paralisação bancária traria o caos. Certamente não conseguiremos escapar de uma crise econômica, mas como as indústrias brasileiras já enfrentaram vários períodos difíceis em anos anteriores, estão treinadas e saberão fazer os ajustes que forem necessários”, acredita Justi.
A recente desvalorização cambial deverá trazer resultados favoráveis para alguns segmentos representados pelo Sinafer, principalmente os exportadores e os fabricantes de ferramentas e de utensílios de mesa que vinham sofrendo com a acirrada concorrência dos produtos importados. “A pressão sobre os custos da mão de obra também deverá diminuir”, supõe Justi.
Uma análise preliminar demonstra que o setor enfrentou alguns problemas durante 2008, entre os quais se incluem a alta carga tributária, as elevadas taxas de juros, a valorização do real, os altos custos e a oferta reduzida dos produtos siderúrgicos que vigoraram ao longo do ano.
De outro lado, 2008 também se mostrou bastante positivo, uma vez que os investimentos feitos pelas empresas do setor nos últimos anos permitiram que os produtos brasileiros ganhassem respeitabilidade nos mercados interno e externo, pela alta qualidade e especialização das linhas. “Conquistamos a preferência do cliente, muitas vezes mesmo com preços superiores aos estrangeiros”, detalha Justi.
Os números do setor
No período de janeiro a outubro de 2008, o consumo aparente do setor (produção+importação-exportação) totalizou R$ 6,9 bilhões, contra os R$ 6,2 bilhões registrados em igual período do ano anterior. As exportações tiveram crescimento da ordem de 20%, somando US$ 660 milhões. Entre os principais compradores estrangeiros de ferramentas e de artefatos de cutelaria de metais comuns fabricados no Brasil, se incluem os Estados Unidos (16% do total), Argentina (13%), Países Baixos (12%) e México (10%).
No que se refere às importações, o crescimento foi da ordem de 34% no acumulado de janeiro a outubro de 2008, totalizando US$ 1,3 bilhão. A China encabeça a lista dos que mais exportam para o Brasil, comparecendo com 21% do total, sendo seguido pelos Estados Unidos (20%), Alemanha (12%) e Japão (9%).
Em termos de desempenho, o setor registrou um aumento da produção da ordem de 7% no acumulado de janeiro a outubro, em relação ao mesmo período de 2007, e o emprego cresceu 6,6%. Atualmente o setor emprega 130 mil pessoas no país, das quais 72 mil apenas no estado de São Paulo.
Perspectivas para 2009
Para o próximo ano, as estimativas apontam para menor crescimento da produção em relação ao obtido em 2008, situando-se no patamar de 0 a 2%, devendo ocorrer uma reação somente a partir do segundo semestre. As exportações serão afetadas positivamente pelo câmbio, mas negativamente pela redução do volume e pelos pedidos de descontos que os países importadores estão solicitando em virtude da desvalorização das suas moedas.
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