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Foto: Divulgação
A China, maior produtor mundial de aço, almeja entrar com mais apetite no mercado brasileiro de produtos siderúrgicos. Depois de ver suas exportações crescerem 72% de janeiro a outubro deste ano comparado com igual período em 2007, as usinas chinesas fazem planos para ocupar mais espaço no próximo ano, informou ontem Zhu Bingwei, consultor e especialista do setor da Steel Business Briefing na China.
De acordo com o especialista, os preços no Brasil, principalmente de aços planos de maior valor agregado, como chapas galvanizadas para construção civil, eletrodomésticos e outras aplicações, são bem mais atrativos do que os existentes no mercado chinês. Das 723 mil toneladas importadas pelo país até outubro, 104 mil foram desse tipo de material. Laminados a frio lideraram as cargas, com 123 mil toneladas. Avalia-se que se não fosse a crise mundial, a invasão de material chinês, com o câmbio totalmente favorável, poderia alcançar 1 milhão de toneladas.
Os embarques chineses para o Brasil saltaram de 130 mil toneladas em 2006 para 600 mil toneladas no ano passado. Alguns produtos, como trilhos para ferrovias (86 mil toneladas neste ano), a siderurgia local não fabrica. Em outros casos, como chapas grossas, a Usiminas não vinha conseguindo atender todos os pedidos locais e teve até de importar.
As usinas chinesas, afirmou Bingwei, que estão operando a 70% da capacidade por conta da retração local da demanda e queda das exportações para EUA, Europa e Ásia, vão buscar novos mercados, como o latino-americano, para desovar excedentes em 2009.
É justamente esse cenário que apavora as usinas locais e até os distribuidores de aço, com receio de uma desova que faria desabar os preços no país. O Inda, entidade das distribuidoras, enviou esta semana carta ao governo (Camex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) pedindo medidas preventivas de proteção. Uma delas é que uma lista de dez produtos de aços planos retornem suas tarifas de importação a 12% depois que foram zeradas em 2005. "Todos no mundo estão se protegendo", disse Christiano Freire, presidente do Inda.
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