Fonte: Portal Exame - 18/11/08
O presidente da General Motors (GM) do Brasil, Jaime Ardila, afirmou ontem que os planos de investimentos da empresa no País são independentes da matriz, que passa nesse momento por dificuldades financeiras, e que não serão cancelados ou postergados. Os planos da empresa prevêem aportes de US$ 1,5 bilhão para o Brasil entre 2007 e 2010. Segundo o executivo, qualquer decisão em relação aos planos para o País depende única e exclusivamente do comportamento do mercado local. O executivo ressaltou que como a unidade brasileira passa por uma boa fase - caminha para o seu terceiro ano de lucros - ajudará a matriz através da remessa de dividendos.
Ardila disse ainda que o Brasil deverá apresentar à matriz no primeiro trimestre de 2009 um novo projeto que prevê aportes de US$ 1 bilhão. O executivo ressaltou que GM do Brasil precisa do aval da matriz, mas que tem recursos em caixa para realizar parte dos novos aportes. Outra parte deverá vir do mercado. Ardila afirmou também que a direção da empresa nunca levou em consideração a hipótese de concordata da montadora nos Estados Unidos.
O presidente da GM do Brasil defendeu que a matriz da empresa receba ajuda do governo norte-americano para manter suas operações neste momento de crise. O executivo justificou que o setor automobilístico tem peso importante para a economia americana. Ardila ressaltou ainda que a empresa está em pleno processo de reestruturação e que vem tomando medidas nos últimos anos para reduzir custos e adequar seu mix de produtos ao cenário atual, mas que precisa de ajuda para concluir essa etapa, que segundo ele ainda deve durar até 2010.
Crédito
O fluxo de crédito no mercado brasileiro, segundo Ardila, já começou a se restabelecer, reflexo dos pacotes do governo federal e de São Paulo e que totalizam R$ 8 bilhões. Segundo o executivo, as concessionárias já estão voltando a oferecer prazos mais longos de financiamento, de até 60 meses, com menos entrada. Segundo ele, a exigência de até 30% do valor do carro no ato da compra já caiu para uma faixa entre 15% e 20%.
O presidente da GM adiantou que as vendas da indústria em novembro estão dentro das expectativas e que deverão totalizar 200 mil unidades. A previsão da empresa é de que o setor encerre o ano com crescimento entre 18% e 18,5% nas vendas, com um total de 2,850 milhões de unidades. Para a GM, especificamente, a previsão é de alta de 15% no volume comercializado em 2008.
Questionado se a empresa poderá decidir por novas férias coletivas ou mesmo demissão por conta do desaquecimento do mercado brasileiro, Ardila ressaltou que não há nenhuma decisão sobre o tema e que a empresa vai esperar para ver o comportamento das vendas em 2009 para tomar qualquer decisão. O executivo ressaltou ainda que o Programa de Demissão Voluntária (PDV) em andamento no Brasil não reflete a atual situação do setor no País e que a medida é tomada anualmente na empresa para que funcionários que tenham problemas de ordem pessoal possam sair da empresa.
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