Fonte: Valor Online - 12/11/08
A metalúrgica Schulz ampliou seus negócios internacionais com o início da produção em uma fábrica na China, por meio da parceria com um fabricante local de compressores de ar. Sem precisar investir numa fábrica própria, a produção chinesa começou, em forma de teste, em julho. Hoje, ela produz 20% do que pretende fabricar. A empresa não informou a capacidade de produção da parceria.
Fabricante de componentes automotivos e de compressores localizada em Joinville (SC), a intenção da Schulz é direcionar a produção asiática para os Estados Unidos, um dos seus principais mercados, e clientes no Brasil e demais países da América Latina. Em um segundo momento, a empresa pretende vender os produtos na própria Ásia, região em que atua pouco.
Ovandi Rosenstock, presidente da Schulz, diz que o plano de produzir na Ásia não tem relação direta com a crise econômica mundial, já que estavam incluídos no planejamento de longo prazo relativo ao período de 2005-2010. No entanto, ele considera que uma crise coloca como "palavra de ordem a redução de custos", como é o caso da fabricação na China. Inicialmente não será desativada nenhuma linha de produção no Brasil.
Na Ásia, a empresa decidiu focar na produção de compressores de ar de pequeno porte, usados em pequenos serviços como enchimento de pneus, piscinas e pinturas com pistão. Rosenstock diz que a produção na Ásia será voltada para grandes redes de varejo, como Casas Bahia, Magazine Luiza e Home Depot, que importam compressores de pequeno porte da China.
Por enquanto trata-se de uma parceria de produção exclusiva para a Schulz por parte do fabricante asiático, cujo nome não foi revelado. Mas Rosenstock diz que no futuro essa parceria poderá tornar-de uma joint venture.
A ida da Schulz para a China segue outros investimentos de empresas catarinenses como WEG e Embraco, que já possuem unidade naquele país.
Os principais benefícios para a Schulz serão os preços mais competitivos do aço, estimados em 15% mais baratos, melhores custos da mão-de-obra, menos impostos e melhores preços no motor elétrico, acoplado ao compressor.
Gerentes de qualidade que hoje atuam na matriz em Joinville serão em janeiro deslocados para a China, depois de três anos tendo aulas de mandarim. Rosenstock não revela os investimentos na parceria, apenas diz que inicialmente os recursos referem-se à contratação de mão-de-obra e tecnologia.
Nos últimos dois anos, a Schulz investiu na expansão do seu parque fabril, hoje com 72 mil metros quadrados de área construída e com 2,3 mil funcionários. A China é o primeiro investimento em uma parceria de produção por parte da Schulz.
Nos últimos cinco anos, a indústria catarinense dobrou de tamanho e fechou 2007 com faturamento bruto de R$ 498,4 milhões. Em 2008, deverá encerrar o ano com crescimento de cerca de 25% nas vendas. A empresa ainda não finalizou o orçamento para 2009, mas Rosenstock diz que a meta deverá ser em torno 10%, mesmo diante de uma crise mais grave.
Segundo o executivo, no setor de caminhões, no qual atua com fornecimento de peças usinadas, há clientes novos na carteira da empresa. Os mais antigos ainda não falam em redução de vendas para 2009. As exportações representam 25% das vendas e estão concentradas principalmente nos Estados Unidos e Europa.
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