A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimac) está iniciando um trabalho institucional para enfrentar a ameaça de escassez de aço e alta do preço do produto fabricado no país. O setor de máquinas e equipamentos é responsável por 26% do consumo de aço brasileiro.
A informação é do primeiro-vice-presidente da entidade, José Velloso. Ele considerou positivos os números divulgados pelo setor siderúrgico, que apontam para um aumento de 11,5% na produção de aço bruto em julho e de 7,6% no acumulado de janeiro a julho. Segundo ele, o aumento da demanda pelos setores automobilístico, da construção e de máquinas industriais contribuiu para esse resultado.
O setor de máquinas e equipamentos consome mais de mil tipos de aço. “O setor está crescendo e também contribui para esse aumento do consumo [de aço]”. O aumento do segmento atinge em torno de 28%."
Velloso citou dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), que indicam que poderá haver, até dezembro, um equilíbrio entre demanda e produção de chapas de aço.
Mas os dados do Inda, segundo Velloso, são contestados pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), que congrega as usinas. “O Inda sinaliza que existe um risco de escassez de aço, que não é verdade no momento.”
Isoladamente, contudo, a Abimaq já observa alguns problemas entre os quatro mil fabricantes de máquinas e equipamentos associados à instituição. “Mas nada que esteja prejudicando o setor como um todo. Não dá para dizer que não existe. Mas não é uma coisa que está prejudicando o setor. É só a luz amarela acesa”, enfatizou.
Constituídos, em sua grande maioria, por empresas de pequeno e médio portes, os fabricantes de máquinas e equipamentos não têm poder de barganha junto às usinas e são obrigados a adquirir o aço de distribuidores a um preço elevado, ao contrário do que ocorre com as grandes montadoras e empresas da construção civil.
Velloso destacou que o aço longo, por exemplo, custa entre 50% a 60% mais no Brasil do que no exterior. O aço plano tem custo até 35% mais alto no país do que o importado. Por isso, algumas companhias do setor de máquinas já estão optando por comprar o produto importado. “Os nossos associados já estão procurando alternativas lá fora, em função do preço. E, logicamente, se tiver escassez, é mais um motivo para buscar lá fora”, disse.
Segundo ele, houve três aumentos do preço do produto nacional, em fevereiro, em abril e em agosto. Com isso, a elevação média foi de 48%. “Não é novidade que, no Brasil, o aço é mais caro que no resto do mundo", observou Velloso. Para ele, a tendência é que a importação do produto cresça cada vez mais diante do quadro de preços em alta.
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