Bndes investe mais em infra-estrutura que na indústria


Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) em infra-estrutura superaram as liberações para o setor industrial nos 12 meses encerrados em junho. Nesse período, o banco de fomento destinou R$ 32,5 bilhões para infra-estrutura, um aumento de 80,2% frente aos 12 meses anteriores, enquanto a indústria abocanhou R$ 31,2 bilhões, alta de 5,3% na mesma comparação.
No primeiro semestre, o setor industrial ainda se manteve à frente, com R$ 16,1 bilhões, um crescimento de 42,6% em relação ao primeiro semestre de 2007. A infra-estrutura recebeu R$ 15,2 bilhões, 83,1% acima do período janeiro-junho do ano passado.

É muito provável que a infra-estrutura encerre o ano acima da indústria, com desembolsos maiores no fim do ano, frisou o presidente do Bndes, Luciano Coutinho.

Apesar da expectativa, as aprovações para infra-estrutura no primeiro semestre ainda estão atrás da indústria. Enquanto o setor industrial viu as aprovações subirem 59,5% entre janeiro e junho, para R$ 26,8 bilhões, a infra-estrutura experimentou um crescimento de 14,1%, para R$ 16,4 bilhões.

Nos 12 meses encerrados em junho, os números são mais próximos, com R$ 48,2 bilhões para a indústria e R$ 47,7 bilhões para a infra-estrutura, e crescimentos, respectivamente, de 15,3% e 58,3% na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores.

Coutinho lembra que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é uma das grandes alavancas para o financiamento a projetos de infra-estrutura, embora a carteira do Bndes para o setor vá além dos projetos listados como prioritários pelo governo federal.

O PAC sem dúvida alguma teve impacto muito importante em mover os investimentos em infra-estrutura e a expectativa é que os projetos em infra-estrutura que serão licitados nos próximos dois anos serão muito expressivos, ressaltou Coutinho, que apresentou hoje o balanço de desembolsos e aprovações do banco no primeiro semestre.

A carteira do PAC no Bndes engloba R$ 49,7 bilhões em 170 projetos, dos quais R$ 34,7 bilhões aprovados ou contratados e R$ 15 bilhões em fase de enquadramento ou consulta. Entre as aprovações e enquadramentos, a liderança cabe ao setor de energia, com R$ 23,3 bilhões. No total, os R$ 49,7 bilhões respondem por investimentos totais nos projetos de R$ 83 bilhões.

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