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A UFSC inaugura nesta sexta-feira, dia 08, mais uma ferramenta estratégica para pesquisas nas áreas de física de materiais e nanotecnologia. É um
difratômetro de raios-X, equipamento obtido por meio de um projeto idealizado por professores dos departamentos de Física e de Química da UFSC, aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), agência de fomento do Ministério da Ciência e Tecnologia. O difratômetro permite o estudo da estrutura de materiais, revelando o arranjo espacial dos átomos.
Equipamento originou o Laboratório de Difração de Raios X
O equipamento de R$ 500 mil está instalado em um dos prédios do Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM), e deu origem ao Laboratório de Difração de Raios X. O laboratório multiusuário é gerenciado por uma comissão, o que permitirá seu uso por pesquisadores de diversos departamentos da UFSC.
Serão beneficiadas pesquisas em campos como a física, saúde, biologia, eletrônica, química e engenharia de materiais, que avançam no universo nano. Neste campo o princípio básico é a construção de estruturas com pelo menos uma das suas dimensões da ordem de um nanômetro, que é igual a um milionésimo de milímetro ou um bilionésimo de metro. É o caso dos chamados biomateriais, como nanocápsulas carreadoras de fármacos, que levam medicamentos a pontos específicos do organismo.
O difratômetro permitirá análise de amostras na forma de pó, filmes finos e líquidos. No Departamento de Física, por exemplo, possibilitará o avanço dos estudos de grupos que produzem amostras com propriedades magnéticas e semicondutoras (fundamentais para o desenvolvimento de circuitos eletrônicos), isolantes (presentes nas cerâmicas) e óticas (que estão na base dos cristais líquidos usados em telas de computador e TVs), entre outras
A UFSC já possui outros difratômetros de raios-X, no entanto nenhum possibilita tantas aplicações. "A importância deste tipo de equipamento é enorme, pois nenhum estudo de propriedades físicas ou químicas de materiais pode ser feito sem o conhecimento do arranjo atômico, ou seja, sem saber como os átomos e/ou moléculas destes estão organizados. Toda e qualquer aplicação tecnológica de materiais está intimamente ligada a sua estrutura atômica.", destaca o professor Carlos Eduardo Maduro de Campos, do Departamento de Física da UFSC, pesquisador que está engajado em ampliar as possibilidades de estudo no difratômetro, preparando o novo equipamento para realizar medidas em altas pressões (maiores que aquelas encontradas nas fossas oceânicas e também maiores do que as pressões necessárias para a síntese do diamante).
De acordo com o professor, no Brasil somente na UFRGS e no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) existe a possibilidade de realizar medidas de difração de raios X em altas pressões.
O projeto encaminhado à FINEP foi coordenador pela professora Débora Menezes, atual pró-reitora de pesquisa da UFSC, e pelo professor Jorge Mário Campagnolo, diretor do Departamento de Projetos de Pesquisa. A expectativa é de que a operação e o gerenciamento do equipamento em um laboratório multiusuário fomente uma maior interação entre os pesquisadores, propiciando o surgimento de novas linhas de trabalho e de estudos interdisciplinares.
No site
www.fisica.ufsc.br/~ldrx/ podem ser encontradas mais informações sobre atividades desenvolvidas e planejadas para o novo equipamento.