A garantia de fornecimento de matéria-prima é uma das preocupações de um grupo de empresários da Coréia do Sul que estão dispostos a investir numa fábrica de biodiesel no Paraná. Os empresários, liderados pelo presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Coréia, Ricardo Ik Bae Kim, estão no Paraná e anunciaram a possibilidade de investimentos no valor de US$ 30 milhões no empreendimento.
Na terça-feira (05) os empresários foram recebidos pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, que repassou as informações de plantio e produção de oleaginosas em todo o Estado, fundamentais para a tomada de decisão do local onde pode ser instalada a fábrica.
De acordo com Kim, a Coréia do Sul, assim como os demais países, estão procurando possibilidades de investimentos em energias alternativas em todo o mundo. Após avaliação de várias localidades, concluíram que o Paraná é uma das melhores opções de investimento para uma fábrica de biodiesel. Pesou nessa decisão o fato do Estado ser um dos maiores produtores de soja do País – é o segundo colocado no ranking nacional fixado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e tem a melhor infra-estrutura para escoamento da produção, como estradas e proximidade do porto.
Os empresários coreanos manifestaram interesse em participar de toda a cadeia produtiva, desde o plantio da oleaginosa até a fabricação do biodiesel e exportação da produção para o mercado asiático como Coréia do Sul, China e Japão. Eles irão prospectar e avaliar as várias opções de atuação nesse mercado, desde um trabalho integrado com o produtor rural até a compra da produção nas cooperativas já estabelecidas.
Segundo Bianchini, o Paraná reúne todas as condições para atender aos requisitos dos empresários coreanos. O Estado é responsável pelo plantio de uma área média de quatro milhões de hectares de soja, que produzem cerca de 12 milhões de toneladas por ano. Além da soja, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) está pesquisando e gerando informações para o zoneamento agroclimático de outras variedades de oleaginosas como girassol e mamona, também indicadas para a fabricação do biodiesel.
De acordo com o secretário, a pesquisa do Iapar está sendo desenvolvida com variedades de oleaginosas que não competem com a produção de alimentos. Além disso, está direcionada para oferecer alternativas de produção e renda adicional nas propriedades da Agricultura Familiar nos períodos da safrinha e de inverno, quando a terra é menos utilizada.
Bianchini disse que os empresários coreanos poderão comprar a matéria-prima diretamente de associações de produtores e cooperativas. Com isso poderão ter acesso ao selo social concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que permite a redução de impostos do governo federal desde que pelo menos 30% da matéria-prima utilizada na fabricação do biodiesel seja comprada da Agricultura Familiar.
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