Fonte: Jornal do Meio Ambiente - 03/04/2007
As mudanças climáticas podem transformar em refugiados milhões de pessoas que vivem nas zonas equatoriais, que no futuro ficarão inabitáveis devido à escassez de água e de alimentos.
Esse é o sombrio prognóstico que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas anunciará na próxima sexta-feira, 6, e que o jornal britânico The Sunday Times antecipa em sua edição deste domingo.
Segundo o relatório, o aumento das temperaturas em 2 e 3 graus previstos para 2050 causarão um desastre ecológico, que não poderá ser evitado, mas pelo menos limitado, com a tomada de medidas urgentes.
Até 40% das espécies de plantas e animais correm risco de extinção devido à destruição dos ecossistemas devido ao aumento das temperaturas.
O relatório revela que 29 bilhões de toneladas de carbono lançados na atmosfera a cada ano estão aumentando a acidez dos oceanos, e ameaçam destruir os recifes de corais e acabar com o plâncton e muitas espécies comerciais.
Em 2050, cerca de 200 milhões de pessoas podem ter virado refugiados em função do efeito combinado de aumento do nível dos mares, inundações e secas.
Outras milhões de pessoas ficarão expostas a mortes prematuras por causa da desnutrição e de doenças cardíacas, adverte o relatório.
Cerca de um terço das terras do planeta terão a mais extrema de seca no fim de século, o que destruirá os cultivos, acabará com os recursos hídricos e provocará migrações maciças de um novo tipo de refugiados.
O relatório adverte também que a floresta amazônica corre perigo. Segundo a diretora do Instituto de Mudanças no Meio Ambiente da Universidade de Oxford, Diana Liverman, essa região do planeta já está sofrendo uma alarmante redução do volume de chuvas.
Nas terras próximas ao Equador, especialmente na África, a produção decrescente das colheitas pode deixar centenas de milhões de pessoas sem a possibilidade de cultivar alimentos.
Na Europa, um dos impactos mais a curto prazo será o desaparecimento das estações de esqui alpinas, já que 70% delas ficarão sem neve em meados desse século.
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