A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) defende uma moratória no aumento da produção de biocombustíveis, disse um diretor da instituição, após a divulgação de um relatório crítico ao uso de combustíveis feitos a partir de produtos agrícolas. Entretanto a organização reconheceu que o etanol brasileiro é mais eficiente do que o biocombustível feito de milho.
"Faria bastante sentido ter uma moratória", disse Stefan Tangermann, diretor para comércio e agricultura da OCDE. "Todos esses programas têm de ser reconsiderados, pois achamos que eles são ineficientes em termos de combate às mudanças climáticas", disse Tangermann.
Para a OCDE, os subsídios conjuntos, no valor de US$ 11 bilhões, concedidos por EUA, Canadá e a União Européia (UE) aos biocombustíveis têm pouco efeito sobre a redução das emissões de dióxido de carbono. As emissões do gás gerador do efeito estufa geradas por carros, caminhões, aviões e embarcações sofrerão, "na melhor da hipóteses", uma diminuição de 0,8% até 2015 nessas regiões com o auxílio dos programas de subsídios, disse Tangermann. "Há muitas maneiras mais eficientes de proteger o clima do que subsidiando os biocombustíveis", disse ele.
A produção brasileira de etanol é mais eficiente, reduzindo as emissões em até 90% comparativamente aos biocombustíveis produzidos nos EUA e na Europa, devido ao fato de os produtores locais utilizarem a celulose da cana-de-açúcar no processo de fabricação. O Brasil tem potencial para fabricar e exportar mais etanol e hoje alimenta 20% de sua frota de veículos com o combustível.
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