Sob protesto das companhias aéreas, os parlamentares da União Européia aprovaram na terça-feira um acordo intergovernamental para que a partir de 2012 a aviação civil entre no chamado Esquema de Comércio de Emissões da UE, voltado para o combate à mudança climática.
A aviação gera 3 por cento de todas as emissões de dióxido de carbono nos 27 países da UE, mas ficou até agora fora do ECE por temor de que o sistema afetasse a competitividade das companhias aéreas européias no mercado internacional. Mas, como o tráfego aéreo deve dobrar até 2020, a Europa está disposta a adotar o princípio do "poluidor pagante" para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Por 640 a 30 votos, o Parlamento Europeu aprovou a obrigatoriedade de que as companhias aéreas reduzam suas emissões de CO2 em 3 por cento no primeiro ano e em 5 por cento a partir de 2013.
Todas as companhias que voam de e para a UE, inclusive as não-européias, estão sujeitas à regra, e inicialmente teriam de pagar por 15 por cento de suas permissões para a emissão de gases do efeito estufa.
A alemã Lufthansa qualificou a medida como "ecologicamente contra-producente e economicamente nociva". A empresa, uma das maiores do setor na Europa, avalia que a nova lei vai distorcer a competição e custar centenas de milhões de euros por ano.
Já os ambientalistas acharam as medidas tímidas. "O acordo final é tão fraco que terá pouco impacto sobre o crescimento exponencial na poluição de CO2 por causa dos vôos", afirmou Richard Dyer, da entidade Friends of the Earth.
A medida deve aumentar o preço das passagens aéreas, contrariando as estratégias de barateamento e massificação da aviação comercial, mas se ajustando à liderança global que a UE pretende assumir na mitigação do aquecimento global.
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