Pela primeira vez, o Brasil tem mais de 200 empresas que superaram a casa do bilhão, segundo anuário Melhores e Maiores de Exame
Nunca, na história do país, as empresas faturaram, lucraram, empregaram, somaram valor de mercado e pagaram tantos impostos como no ano passado. O faturamento total das 500 maiores saltou de US$ 630 bilhões em 1998 para US$ 970 bilhões em 2007. Como comparação, o PIB brasileiro cresceu de US$ 1450 bilhões em 1998 para US$ 1570 bilhões em 2007. É o que mostra a edição comemorativa de 35 anos do anuário Melhores e Maiores de Exame, distribuído nas bancas nesta quinta-feira, dia 10.
O pagamento de impostos também acompanhou essa evolução: em 1998, elas entregaram ao governo US$ 88,3 bilhões. No ano passado, esse valor subiu para US$ 144,5 bilhões, equivalente a 40% da arrecadação tributária do país no período. Só a Petrobras e a BR Distribuidora pagaram US$ 31,4 bilhões em tributos, o que corresponde a quatro vezes o total de tributos arrecadados de pessoas físicas no Brasil em 2007.
Não é surpresa que a Petrobras tenha se mantido como a maior empresa do país. Mas o crescimento de seu faturamento é impressionante, saltando de US$ 14 bilhões (1973) para US$ 101 bilhões em 2007, tornando-se a sexta maior empresa de petróleo do mundo. Há 35 anos ela não figurava nem entre as sete maiores.
O segundo lugar está com a BR Distribuidora, que ocupava a sétima posição há 35 anos. Seu faturamento cresceu de US$ 4,7 para US$ 31 bilhões. A medalha de bronze fica com a Volkswagen, que caiu uma posição em relação a 1973. Seu faturamento, no entanto, que era de US$ 8,2 bilhões, atingiu a marca dos US$ 17 bilhões em 2007.
Os motores da economia, há 35 anos, eram os setores de Bens de Consumo, Auto-Indústria e Atacado. Hoje, o maior é o setor de Energia (US$ 203,4 bilhões contra US$ 16 bilhões), seguido do de Auto-Indústria (US$ 111 bilhões contra US$ 37 bilhões), Bens de Consumo (US$ 101,4 bilhões contra US$ 37 bilhões) e Atacado (US$ 97,4 bilhões contra US$ 31 bilhões).
Outro crescimento significativo ocorreu nos setores de Serviços (US$ 2 bilhões para US$ 33 bilhões), Telecomunicações (US$ 4 bilhões para US$ 76 bilhões) e da Produção Agropecuária (US$ 1,5 bilhão para US$ 17 bilhões). Dos 20 setores analisados, o único que sofreu queda foi o Têxtil, que faturava US$ 7,5 bilhões em 1973 e faturou US$ 4,4 bilhões no ano passado.
Pela primeira vez também, o Brasil tem mais de 200 empresas com faturamento acima de US$ 1 bilhão. Há dez anos, só 94 empresas faturaram na casa do bilhão. Entre 2006 e 2007, 61 companhias entraram no grupo das bilionárias.
Premiação
A Fiat foi a montadora que mais soube aproveitar o bom momento do mercado automotivo brasileiro. No ano passado, a empresa liderou o setor, com 26% de participação nas vendas, faturou 13,5 bilhões de dólares e lucrou quase 1 bilhão de dólares no país. Sua taxa de rentabilidade (51%) foi a melhor da auto-indústria. Esses foram alguns dos motivos que levaram a Fiat a ser a empresa do ano de Melhores e Maiores de Exame.
A cerimônia de premiação ocorreu na noite do dia 9 em São Paulo com a presença dos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miguel Jorge (Desenvolvimento), além do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Em discurso, Mantega afirmou que "os empresários estão de parabéns pelo PIB de 5,4% e pelo crescimento de 30% nos investimentos realizados no ano passado".
O presidente da Editora Abril, Roberto Civita, também comemorou os bons resultados das empresas em 2007, mas lembrou que a carga tributária no país ainda é muito alta. Ele afirmou que as 500 maiores empresas obtiveram um lucro de 63 bilhões de dólares no ano passado, mas pagaram mais do que o dobro (145 bilhões de dólares) em impostos. Civita também pregou um maior combate à corrupção. "Precisamos passar a ser impiedosos com a corrupção, combatendo sem trégua a praga da impunidade que tanto contribui para alimentá-la", afirmou.
Além da empresa do ano de Melhores e Maiores - a que mais se destacou entre as 500 listadas na publicação -, foram premiadas companhias em 18 categorias: atacado; auto-indústria; bens de capital; bens de consumo; eletroeletrônico; energia; farmacêutico; indústria da construção; indústria digital; mineração; papel e celulose; química e petroquímica; serviços; siderurgia e metalurgia; telecomunicações; têxteis; transporte; e varejo. (confira quadro abaixo)
Em comemoração aos 35 anos do anuário Melhores e Maiores, a revista Exame também homenageou executivos de empresas escolhidas as melhores de anos anteriores - como Usiminas, Gol e Embraer, por exemplo.
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