Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento à aquisição de máquinas e equipamentos cresceram 53% nos últimos 12 meses, encerrados em abril. A expansão do crédito da linha Finame, programa voltado para aquisição de bens de capital de fabricação nacional, chegou a R$ 18,5 bilhões.
Os desembolsos no período cresceram para a maioria dos setores industriais, movimento oposto ao que se viu nos 12 meses anteriores. Entre maio de 2006 e abril de 2007, as liberações da Finame, que somaram R$ 12 bilhões, além de inferiores aos resultados anuais encerrados em abril de 2008, concentravam-se em um setor específico, o de transportes terrestres. Na ocasião, o segmento respondeu por 53% do total liberado pela Finame.
A ampliação da demanda por outras áreas, conforme o superintendente da Área de Operações Indiretas, Cláudio Bernardo Guimarães de Moraes, se intensificou a partir do último trimestre do ano passado. "Ficou claro que o crescimento havia se expandido pela economia", disse Moraes.
O processo, na sua avaliação, foi provocado pelo aquecimento do mercado interno, responsável pela aceleração dos investimentos em setores claramente voltados para o atendimento à demanda doméstica.
Ele cita como exemplo a indústria têxtil. Nos últimos 12 meses, as aprovações para o setor - em todos os programas do BNDES - aumentaram 182% em relação ao período anterior. Na Finame, especificamente, os desembolsos para o setor tiveram alta de 75%. "O aumento de renda da população tem demandado mais bens de consumo", explicou Moraes.
Ainda na Finame, as liberações para o segmento de mecânica subiram 104,3% nos 12 meses encerrados em abril na mesma base de comparação. O dado é relevante porque demonstra que a indústria de bens de capital está investindo para atender à demanda de vários segmentos da economia.
Setores
Os desembolsos do banco para a indústria cresceram 8% no período, somando R$ 31,8 bilhões. As aprovações apresentaram desempenho ainda melhor, com alta de 10% em relação aos meses anteriores e valor total de R$ 48 bilhões. Os destaques, tanto nos financiamentos liberados quanto nos aprovados, foram o setor têxtil (185% nos desembolsos e 182% nas aprovações) e de alimentos e bebidas (72% e 115%, respectivamente). O segmento de infra-estrutura manteve ritmo acelerado de demanda: os desembolsos, de R$ 30,2 bilhões, cresceram 77% e as aprovações, de R$ 46,5 bilhões, 69%.
Desempenho global
As liberações do BNDES atingiram R$ 76,3 bilhões entre maio de 2007 e abril de 2008, o que representa uma alta de 35% em relação ao período anterior. As aprovações somaram R$ 109,7 bilhões (aumento de 29%), os enquadramentos atingiram R$ 130,8 bilhões (expansão de 29%) e as consultas totalizaram R$ 148,8 bilhões até abril (crescimento de 27%).
Brasil e Argentina anunciam novo acordo automotivo
O novo acordo automotivo Brasil-Argentina, anunciado sexta-feira (30/05), terá duração de seis anos e substituirá o atual, que expira em 30 de junho. De acordo com a divulgação feita pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, e pelo secretário da Indústria da Argentina, Fernando Fraguío, nos primeiros cincos anos o mercado será regido por um sistema flex com novos quocientes - 1.95 para o acesso do Brasil à Argentina e 2.5 para o dos argentinos ao brasileiro - sendo que o mercado livre será implementado no último ano, a partir de 1º de julho de 2013.
O flex (coeficiente de desvio sobre as exportações) é um número que se aplica sobre o comércio do segmento automotivo, entre Brasil e Argentina, para definir o limite das importações que podem ser feitas sem o pagamento do Imposto de Importação (II). No sistema atual, está vigente o índice de 1.95 para os dois países, ou seja, para cada US$ 100 que um país exporta, ele pode vender US$ 195 para o outro, sem o pagamento do imposto.
No novo sistema anunciado, o Brasil mantém a mesma proporção de exportação sem o imposto, enquanto a Argentina poderá vender mais sem o II para o Brasil. O flex limite para o país será de 2.50, ou seja, para cada US$ 100 que o Brasil vender para a Argentina, este país poderá vender US$ 250 sem que seja cobrado imposto de importação sobre seus produtos automotivos.
Segundo Ivan Ramalho, o novo acordo dará mais segurança aos investidores, permitindo novos investimentos nos dois países. "Esperamos que, no médio prazo, Brasil e Argentina cheguem a uma produção de seis milhões de veículos por ano, o que nos colocaria entre os maiores produtores mundiais de veículos", explica.
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