Figura: Divulgação
Presidente diz que crise alimentar tem vários fatores incluindo o petróleo; Ban Ki-moon pediu aumento da produção agrícola.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou, nesta terça-feira (3), na abertura da Conferência Internacional sobre Segurança Alimentar, em Roma, e disse que o etanol não é o vilão da atual crise dos alimentos. O presidente está participando de uma reunião de alto nível, com o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon e dezenas de outros líderes internacionais, para buscar soluções, de curto e longo prazos.
Políticas Absurdas
"A verdade é que a inflação do preço dos alimentos não tem uma única explicação. A alta do petróleo que afeta os custos dos fertilizantes e dos fretes, as mudanças cambiais e a especulação nos mercados financeiros, o aumento do consumo de alimentos em países em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil e sobretudo a manutenção das absurdas políticas protecionistas na agricultura dos países ricos", disse.
Etanol
O presidente brasileiro afirmou que a associação entre a crise alimentar mundial e a produção de biocombustível passa por interesses econômicos.
"Vejo com indignação que muitos dedos apontados contra a energia limpa dos biocombustíveis estão sujos de óleo e de carvão. Vejo com desolação que muitos que responsabilizam o etanol, inclusive o etanol da cana-de-açúcar pelo alto preço dos alimentos, são os mesmos que há décadas mantêm políticas protecionistas em prejuízo dos agricultores dos países mais pobres e de consumidores de todo o mundo", afirmou.
Antes de discursar na reunião da Organizaçao das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, Lula se encontrou com o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.
Produção Mundial
"O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que a comunidade internacional não perca a oportunidade histórica de revitalizar a agricultura do mundo. Para ele, a meta deve ser aumentar em 50% a produção mundial de alimentos até 2030.
Para isso, de acordo com Ban Ki-moon, seria necessário diminuir as tarifas de importação de vários países.
Encontro Separado
Na véspera da abertura da conferência, Ban se reuniu com Lula num encontro privado. O presidente foi acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Após a reunião, Amorim falou a jornalistas e disse que Ban lembrou que a discussão sobre a crise dos alimentos não deve ser politizada, mas sim técnica".
Discursaram ainda na conferência o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad e o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe. O papa Bento 16 enviou mensagem dizendo que a fome e malnutrição são inaceitáveis.
A conferência da FAO, em Roma, termina nesta quinta-feira.
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