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São Paulo será a sede do 2º Global Greens, congresso dirigido a todos os verdes do planeta. O evento acontece de 1º a 4 de maio, no Memorial da América Latina, em São Paulo. É o primeiro grande encontro pós-Bali a debater o aquecimento global e seus impactos. E destina-se a traçar diretrizes e ações compartilhadas para o acordo que deverá prevalecer depois de expirar o Protocolo de Kyoto, em 2012.
São esperados 1500 ambientalistas de 72 países, entre militantes e ativistas políticos, especialistas, representantes de entidades oficiais e não-governamentais e governantes. Entre os convidados estão alguns nomes de destaque no cenário internacional, como Christopher Flavin, presidente do Worldwatch Institute, EUA; Reinhard Bütikofer, presidente nacional do Partido Verde alemão; Rebecca Harms, membro do Conselho Geral do Partido Verde alemão e representante dos deputados verdes no Parlamento Europeu; Denis Baupin, vice-prefeito de Paris pelo Les Verts, e Juan Carlos LeCompte, marido de Ingrid Bettancourt, ex-candidata à presidência da Colômbia pelo Partido Oxigênio Verde e desde 2002 refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Farc.
Pelo lado brasileiro, deverão estar presentes a ministra do meio ambiente Marina Silva, o secretário municipal de meio ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, os deputados federais verdes José Sarney Filho, líder da bancada, e Fernando Gabeira e o presidente nacional do PV, José Luiz Penna.
Cidades sustentáveis, clima e biodiversidade
Durante três dias serão debatidos o aprofundamento das crises climáticas e possíveis soluções e a relação entre clima, florestas e biodiversidade. No dia 1º, antecedendo a abertura oficial do Global Greens, a Fundação Heinrich Boell promove os fóruns "Cidades Sustentáveis" e os "Verdes". Na pauta dos debates, o desenvolvimento nas grandes cidades – mudanças climáticas, governança urbana e a desigualdade social – e o diferencial das políticas dos verdes, sua atuação parlamentar e as relações com os movimentos sociais. A idéia é elaborar a Declaração das Cidades Sustentáveis, a ser adotada pelos delegados de toda a rede.
No dia 2, haverá ainda uma sessão especial dedicada a Ingrid Betancourt e todos os prisioneiros políticos do mundo. A programação completa (em inglês) está disponível no site http://www.globalgreens.org/brazil2008/workingdraftprogram.
Foi programada também uma série de eventos e atividades paralelos voltados para os tópicos fundamentais de nosso tempo, como energia, fontes renováveis e outros que compõem a agenda verde. "Os estudos sobre as mudanças climáticas estão formulados pela comunidade científica", diz Marco Mroz, secretário de relações internacionais do PV e responsável da parte brasileira da coordenação geral do Global Greens. "O que nos interessa agora são os seus impactos, que deverão atingir principalmente as populações mais carentes. Temos que formular políticas sócio-ambientais tendo em vista essa perspectiva e para isso é preciso de uma conexão que só uma capilaridade planetária como a criada pelos verdes é capaz de estabelecer".
Para José Luiz Penna, presidente nacional do PV, "é preciso avançar nas 21 Propostas, documento idealizado pela comunidade latino-americana e caribenha no passado para o Clima Latino". Segundo ele, "ali estão delineados os princípios que devem nortear uma estratégia do continente para adoção de uma nova ordem ambiental. E o Brasil deve liderar esse processo".
Global Greens
A rede Global Greens é formada pela união de quatro federações continentais de partidos verdes e movimentos sócio-ambientais a eles ligados: a Federação de Partidos Verdes da África, a Federação dos Partidos Verdes das Américas, a Rede Verde Ásia/Pacífico e a Federação Européia de Partidos Verdes. Há ainda um quinto grupo formado por observadores, sem vínculo com as federações, mas que a convite do núcleo organizador costuma acompanhar as iniciativas da rede.
Desde a década de 80, os partidos verdes e organizações sócio -ambientais de todo o mundo têm-se reunido a fim de traçar ações e estratégias conjuntas. A primeira manifestação aconteceu no Rio de Janeiro, durante a ECO-92. Em 2001, em Canberra, na Austrália, foi realizado o primeiro encontro oficial do Global Greens. E de lá saiu o documento chamado de Carta Verde da Terra, pela qual os verdes estabeleceram princípios e decidiram se organizar em uma rede e promover encontros periódicos.
A coordenação geral do Global Greens é de responsabilidade de um Comitê Diretor, composto por três membros de cada uma das quatro federações continentais verdes. O encontro de São Paulo tem o apoio do Instituto Herbert Daniel, que tem como princípio a formação política do PV do Brasil; a Fundação Heinrich Böll, organização política sem fins lucrativos, representada na Alemanha pela coalizão partidária Aliança 90 – Os Verdes; a Federação dos Partidos Verdes das Américas (FPVA) e o Partido Verde do Brasil.
2º Global Greens
1º a 4 de maio de 2008
Abertura oficia: 1º de maio, 19h
Auditório Simon Bolivar da Fundação Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade 664, São Paulo, SP