A Valtra, fabricante de tratores e colheitadeiras da americana AGCO Corporation (que, entre outras marcas, tem também a Massey Ferguson), está em testes para passar a vender máquinas com garantia para abastecimento com 100% de biodiesel. Os testes da empresa também incluem a utilização de etanol para o abastecimento das máquinas. Sobre estes, a empresa não forneceu maiores detalhes.
Atualmente, as máquinas vendidas pela Valtra já saem com garantia para uso de uma mistura de 20% de biodiesel e 80% de diesel convencional. "Os testes devem terminar em outubro. É possível que a venda com garantia de 100% de biodiesel ocorra já no início de 2009", afirma Rogério Zanotto, coordenador de marketing de produtos da Valtra.
Esta é a terceira bateria de testes feita pela companhia, mas a primeira que deverá formalizar a garantia para o abastecimento com 100% de biodiesel. Os primeiros testes, de 2001, foram feitos como parte de uma dissertação de mestrado apresentada na Unesp de Jaboticabal (SP). A segunda fase de testes, que teve como parceiros Usina Catanduva, Delphi, Coopercitrus e Texaco, resultou na liberação da garantia para a mistura de 20%, efetivada em março do ano passado.
Agora, os testes têm sido realizados na Usina Barralcool, em Barra do Bugres (MT). A marca de 2,5 mil horas de testes foi atingida no mês passado e a meta é chegar a 4 mil horas. O projeto, que envolve testes em dois tratores, deverá consumir investimento de R$ 400 mil.
Não são necessárias adaptações nas máquinas abastecidas exclusivamente com biodiesel. Até o momento, verificou-se que a mistura de 50% é a que tem melhor rendimento. Com o uso exclusivo de biodiesel (B100), foi registrado um leve aumento de consumo. "Mas a diferença entre o uso de B0 e B100 é de apenas um litro por hora. E a emissão de dióxido de carbono é 46% menor", diz Zanotto. Sem adição de biodiesel ao diesel convencional, o consumo foi de 7,33 litros por hora. Com biodiesel puro, foi de 8,39 litros.
Em 2007, a Valtra foi a vice-campeã em vendas de tratores no mercado interno, com 8,5 mil unidades, volume 50% maior que o do ano anterior, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) - vendas maiores, apenas as da Massey Ferguson, marca que também pertence à AGCO, que comercializou 9,4 mil tratores. No primeiro trimestre deste ano, as vendas de tratores da Valtra cresceram 30,3%, para 2,1 mil unidades. A empresa estreou no mercado de colheitadeiras em outubro de 2007.
A receita líquida global da AGCO cresceu 25,6% no ano passado, para US$ 6,8 bilhões. As operações brasileiras do grupo responderam por cerca de 10% desse montante. No país, a AGCO tem fábricas de tratores em Canoas (RS) e Mogi das Cruzes (SP), de colheitadeiras em Santa Rosa (RS) e de plantadeiras e plataformas para colheitadeiras de milho em Ibirubá (RS).
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