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O potencial brasileiro de geração de energia a partir de fontes renováveis está na mira de grandes grupos europeus, que estão intensificando os investimentos nessa área. De janeiro para cá, o País vem passando por um boom de negócios com esse perfil, envolvendo grupos como os franceses Areva e Velcan Energia, o português EDP e o espanhol Fortuny.
Petróleo caro, aquecimento global e abundância de recursos naturais no Brasil, como água, sol e ventos explicam o interesse dos grupos europeus. Além disso, as metas européias para redução dos gases de efeito estufa se tornaram mais rígidas, e um dos meios para buscar a redução da poluição é aplicar em projetos de energias limpas, com potencial para gerar créditos de carbono que podem ser negociados no mercado internacional.
Até 2020, os países da União Européia tem que reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 20%. "Aos olhos dos europeus, o Brasil é um dos melhores ambientes para se investir em energias limpas, por causa da abundância de recursos naturais e também por possuir domínio tecnológico na geração hídrica e a partir de biomassa", explica Marco Fujihara, diretor do Instituto Totum, consultoria especializada em sustentabilidade.
O negócio mais recente nessa área foi anunciado há três semanas pela Energias do Brasil, holding da gigante portuguesa Energias de Portugal (EDP). O grupo decidiu criar uma unidade de negócios para produção de energia renovável na América do Sul, o que inclui construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), usinas de biomassa e parques eólicos. "A criação da Enernova demonstra a nossa confiança no potencial desse segmento no Brasil", diz o diretor-presidente da Energias do Brasil, António Pita de Abreu. O objetivo nada modesto da Enernova é chegar a uma capacidade de geração de 1.000 megawatts (MW) até 2012, somente em PCHs.