A indústria brasileira consolida nova fase de desenvolvimento. Diferentemente de outros períodos em que tomaram investimentos para ampliar a capacidade de unidades existentes e atender à demanda de curto prazo, as empresas agora apostam na instalação de novas plantas, de olho no futuro.
Dados do BNDES revelam que só em 2007 foram liberados recursos para a construção de 49 fábricas, além de 68 expansões, dentre as principais contratações do banco.
Entre 2006 e 2007 as indústrias de transformação receberam empréstimos de R$ 51,06 bilhões para ampliar sua capacidade produtiva. No biênio anterior, os desembolsos somaram R$ 38,56 bilhões. Já as aprovações (financiamentos autorizados) alcançaram R$ 72,13 bilhões entre 2006 e 2007, contra R$ 40,07 bilhões nos 24 meses anteriores.
Os setores que lideram a demanda por novos recursos são também aqueles que operam com níveis mais elevados de utilização de capacidade instalada. Veículos, máquinas e equipamentos, metalurgia e energia estão na mira do Banco Central como potenciais focos inflacionários, mas todos têm novos projetos em andamento.
No setor automotivo, o uso da capacidade instalada cresceu quase 10 pontos percentuais em um ano. Os desembolsos para o setor, contudo, foram de R$ 5,2 bilhões em 2006, R$ 3 bilhões em 2007 e mais R$ 3,3 bilhões já foram aprovados pelo BNDES este ano.
Para o setor, o banco é apenas uma das fontes de financiamento, pois as empresas já anunciaram que investirão US$ 15 bilhões nos próximos anos para elevar a capacidade instalada de 3 milhões para 5 milhões de veículos por ano.
Os dados setoriais do BNDES também mostram que mesmo setores que reduziram a utilização de capacidade ao longo do último ano estão elevando o nível de investimentos.
Nos setores têxtil, de calçados e de madeira muitas empresas resolveram que investir é a melhor arma para enfrentar os importados. O setor têxtil recebeu R$ 296 milhões do BNDES em 2007, mas as aprovações para o futuro somam R$ 593 milhões, um aumento de 100%.
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