Foto: Banco mundial de sementes, no Ártico - John Mcconnico, AP
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) informou que pretende garantir a preservação de sementes típicas do país depositando-as na Caixa-Forte Internacional de Sementes de Svalbard, inaugurada na Noruega nesta terça-feira, para conservar espécies vegetais de todo o mundo.
O banco de sementes, no Círculo Polar Ártico, foi apresentado por seus criadores noruegueses como um depósito seguro de bancos de exemplares de sementes de cultivos alimentícios, o que garantiria sua sobrevivência.
A Embrapa informou que seu plano é duplicar as sementes das quase 400 espécies armazenadas em câmaras frigoríficas em Brasília para enviá-las ao banco global de sementes de Svalbard. O diretor-geral da Embrapa, José Manuel Cabral, citado no comunicado, disse que a empresa recebeu no ano passado um convite da Noruega para participar do depósito global.
Cabral acrescentou que a empresa está interessada em enviar cópias das sementes à Noruega porque o banco é o mais seguro em termos físicos e ambientais e é capaz de resistir a catástrofes climáticas, inclusive a uma explosão nuclear. Além disso, a mudança constitui uma nova garantia de segurança de que as espécies não serão perdidas.
A Embrapa disse que, por enquanto, está analisando a possibilidade de transferir tanto espécies originalmente brasileiras quanto outras que se adaptaram ao habitat da nossa região e constituem a base da alimentação no país. A estatal também está analisando as condições legais do contrato com a Noruega, assim como a legislação brasileira.
O banco de conservação de sementes está situado perto de Longyearbyen, em uma ilha do arquipélago norueguês de Svalbard, e foi batizada de arca do "fim do mundo" e "Arca de Noé". O armazém, no qual já estão acondicionadas mais de 100 milhões de sementes procedentes de 100 países de todo o mundo, foi escavado a 130 metros de profundidade em uma montanha de rocha sedimentar, impermeável à atividade vulcânica, a terremotos, à radiação e à elevação do nível do mar.
O projeto é impulsionado pelo governo norueguês, pelo Fundo Mundial para a Diversidade de Cultivos e pelo Banco Genético Nórdico.