O Brasil vai estar cada vez mais empenhado nas estratégias globais de produção da Ford Motor Company. "Além do excelente processo de reestruturação, realizado no período de 2001 a 2002, que levou a subsidiária brasileira à lucratividade a partir de 2004, temos aqui também muito talento na engenharia. ´É preciso usar esse talento para o desenvolvimento de produtos globais", disse Mark Fields, presidente da Ford nas Américas e vice-presidente executivo.
Em visita à sede da empresa em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, o executivo falou sobre os planos da companhia, que passa por um profundo processo de reestruturação nos Estados Unidos, com o objetivo de chegar à lucratividade na América do Norte em 2009.
Fields destacou que, em razão de os planos terem dado resultados positivos na América do Sul, muitas medidas tomadas pela companhia no Brasil durante o programa de reestruturação estão sendo implementadas também na América do Norte.
"A estratégia principal da companhia atualmente é fazer uma reestruturação agressiva na América do Norte para se adequar à demanda. "Já fechamos várias plantas e reduzimos em 1/3 o número de empregados, mas só podemos cortar custos e ter lucratividade se tivermos produtos", disse Fields.
Para a América do Sul, os planos da companhia, segundo Fielder, são acelerar o lançamento de produtos. "Vamos acompanhar o crescimento do mercado na região", comentou o executivo.
"No Brasil, depois da excelente medida de recuperação, houve uma revitalização da marca, que hoje é mais vibrante. A rede de concessionários está mais saudável e a base de funcionários mais motivada e capacitada".
Fields disse que é importante a Ford continuar crescendo no Brasil, pois considera esse mercado importante para as fabricantes e os concorrentes. "Mas é preciso estar preparado para enfrentar os concorrentes chineses e indianos e saber usar os recursos que temos no Brasil - os engenheiros por exemplo, para as demais unidades da Ford no mundo".
Sobre o aumento da participação da Ford no mercado brasileiro, Fields destacou que parte do desempenho dependerá do crescimento da indústria automobilística. "Mas o crescimento da indústria dependerá de vários fatores, como a continuidade da queda das taxas de juros e a disponibilidade de crédito para financiamento de veículos. Hoje a inadimplência mantém-se em baixa, a inflação contida e temos um bom PIB".
Participação no Brasil
"Queremos aumentar a participação no Brasil, crescer também em volume, ganhar dinheiro e investir a longo prazo. A Ford já perdeu muito dinheiro na América do Sul e Brasil, agora queremos ter uma estratégia sustentável", comentou Marcos Oliveira, presidente da Ford Brasil e Mercosul. "O ano de 2007 foi positivo para a Ford do Brasil em resultado de vendas, em novos investimentos e em lançamento de novos produtos, como o Ka, modelo que vem tendo boa receptividade no País. Para 2008, o objetivo é crescer junto com a indústria automobilística".
Nos Estados Unidos, a meta da Ford é continuar a liderança no mercado de picapes, onde a F-150 lidera as vendas. "Antes a empresa tinha 70% do mercado de picapes e SUVs e 30% de crossoveres. Em 2007, a fatia ficou equilibrada em 50%", destacou o presidente das Américas.
Fields lembrou que, em 2006, as perdas totais da Ford foram de US$ 12 bilhões, metade com perdas operacionais. Em 2007 tivermos grande melhora com a perda de US$ 2 bilhões. Só na América do Norte reduzimos em 40% as perdas", disse o executivo.
A meta da companhia, segundo Fields, é reduzir em US$ 5 bilhões os custos na América do Norte em 2008.
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