Foto: Ipesi
O mercado latino-americano de máquinas-ferramenta é um dos que mais se expandirá nos próximos anos. Esta é a aposta da Gildemeister, uma das maiores fabricantes mundiais de máquinas-ferramenta, que em setembro de 2007 criou a DMG Latin America para ampliar a penetração neste mercado, que envolve todos os países americanos, exceto os Estados Unidos e Canadá.
A denominação DMG indica o braço empresarial da Gildemeister responsável por todas as operações relativas à comercialização e prestação de serviços.
A DMG Latin America está sediada nas instalações da DMG Brasil, no bairro do Morumbi, em São Paulo (SP), e tem como executivo principal Henry Goffaux, que se mostra bastante otimista e traça planos ambiciosos para a empresa.
“A nossa meta é sermos líderes do mercado latino-americano”, afirma. Segundo o executivo, o mercado latino-americano tem atualmente potencial para 500 máquinas de fabricação Gildemeister ao ano, numa projeção otimista. “A minha meta pessoal é chegar a este volume em três anos”, diz.
Para atingir esta “meta pessoal”, a DMG Latin America está reforçando as já existentes DMG México e DMG Brasil - que anteriormente se reportavam à DMG dos Estados Unidos e agora se subordinam à DMG Latin América.
Além disso, foi criada uma diretoria executiva para cuidar dos outros países latino-americanos e dar atendimento ao cliente e à rede de representantes, que sofreu alterações nos últimos meses. “Algumas representações foram substituídas por empresas melhor estruturadas”, informa Goffaux.
Mercado
A nova estrutura para os diversos países latino-americanos (exceto Brasil e México) já rende frutos. De setembro de 2007 até o início de 2008, a DMG Latin América já comercializou dez máquinas para mercados em que tinha participação ínfima, caso de Cuba, por exemplo, onde foram vendidas duas máquinas de fabricação Gildemeister para aplicação na indústria de equipamentos médicos. Outros destinos foram a Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela e Costa Rica.
Este volume de negócios, no mínimo promissor, é resultado de muito trabalho, segundo Goffaux. “O escritório que cuida de outros países da América Latina fica no México, mas se quisermos encontrar com o diretor da área é o último lugar onde devemos procurá-lo, pois ele não pára nunca”, brinca o executivo.
A criação da DMG Latin America tem como objetivo atender um mercado que envolve nada menos que 36 países, perto de 20 milhões de quilômetros quadrados de extensão e 800 milhões de pessoas, boa parte delas ainda não inseridas no mercado consumidor, mas que gradualmente experimentam crescimento do poder de compra - ainda que as disparidades econômico-sociais ainda sejam imensas, como se pode observar no Brasil, o maior mercado do subcontinente com 180 milhões de habitantes que convivem altíssimo índice de concentração de renda.
Economia
Em que pesem os problemas de distribuição de renda no Brasil, a verdade é que a economia local cresce - em 2007 a expansão do PIB brasileiro foi da ordem de 5% e para 2008 projeta-se índice semelhante, apesar da turbulenta conjuntura econômica mundial.
A Argentina, outro importante mercado do subcontinente, também se recupera. Caso as previsões do Banco Central da Argentina (BCRA) se confirmem, em 2008 a economia do país crescerá 7,2%, acumulando o sexto ano consecutivo de crescimento.
A Venezuela, com sua forte indústria do petróleo, experimentou uma expansão de mais de 8% no PIB de 2007. A Colômbia vem apresentando crescimento econômico e atrai investimentos - inclusive de empresas brasileiras.
Já o México é um grande mercado consumidor de máquinas-ferramenta - há muitas empresas exportadoras que atendem o mercado norte-americano, mas a indústria de máquinas-ferramenta mexicana é modesta - em 2006 o México importou cerca de 90% das máquinas-ferramenta que consumiu.
Se de um lado a América Latina apresenta-se com um imenso potencial, mercados tradicionais como o da Europa e dos Estados Unidos, apesar do alto volume que movimentam por conta das substituições, praticamente não apresentam expansão.
A China, por sua vez, segundo Goffaux, começa a dar sinais de superprodução. “Então, regiões do mundo em crescimento são a América Latina, além de Rússia e Índia”, aponta o executivo.