Imagem: Yukiyoshi
Simon Linnett, vice-presidente da Rothschild, uma das principais organizações independentes de prestação de serviços financeiros do mundo, defende a criação de um novo organismo internacional - a Agência Mundial de Meio Ambiente - para regular as comercializações de carbono.
No artigo “Negociação de Emissões para a Fundação de Mercado Social” publicado recentemente, Linnett declara que o problema internacional das mudanças climáticas requer uma solução internacional. A menos que governos cedam parte de sua soberania para um novo organismo internacional, afirma, um esquema global de comércio de carbono não pode ser imposto nem regulado.
“Uma questão global urgente”. Assim que Nicolas Stern descreveu o problema das emissões de dióxido de carbono (CO2) em uma revisão recente sobre a economia das mudanças climáticas. “O senso de uma crise iminente dirige todos os nossos debates para essa questão”.
O executivo afirma que agora as causas humanas das mudanças climáticas estão bem estabelecidas e as medidas gerais que devemos tomar, como a redução de nossas emissões, são dolorosamente óbvias. No entanto, diz que nossos meios de escape permanecem incertos. “Nós sabemos qual é nosso objetivo final, mas como chegaremos lá? Como os governos alcançarão o objetivo?”, questiona.
O primeiro passo é reconhecer o alcance do problema. Diferente de outros poluentes – como lixo ou vazamento nuclear – a emissão de CO2 apresenta impactos em nível global. Isso significa que precisamos lidar com o assunto internacionalmente, pois o problema é literalmente muito grande para um país resolver. Antigas alianças, divisões ou acordos especiais são barreiras sem sentido, entende Linnett.
Ele acredita ser essencial governo e setor privado trabalharem juntos para resolver esse problema. “Como banqueiro, eu imagino que diria isso, mas somente com tal parceria será possível atar o que o Al Gore chama de multidão de pequenas soluções, a que todos se juntam para alcançar um resultado melhor”.
Apenas o setor privado pode desenvolver essas soluções com sucesso, mas apenas governos podem fornecer uma estrutura para que elas sejam aplicadas internacionalmente, avalia.
Ainda como banqueiro, Linnett recebe bem o fato de que o sistema de captura e comércio (cap-and-trade) de carbono está se tornando a metodologia dominante para o controle de CO2. Diferente de um imposto ou de uma simples regulação, o cap-and-trade oferece a maior oportunidade para o envolvimento do setor privado e inovação.
Além do mais, impostos e regulação só poder aplicados em nível nacional, enquanto o sistema de cap-and-trade pode ser operado globalmente. “E lembre-se, o problema é global”, reintera.