Fonte e Foto: Inovação tecnológica
Nanomáquinas, nanoestruturas, nanofios, nanorobôs. O prefixo nano, assim como o micro, está por toda parte. O que nem sempre nos damos conta é da dificuldade de se construir essas estruturas. Não existem técnicas e equipamentos de alta produtividade que permitam construir automaticamente peças tão pequenas.
Esta é uma das principais razões pelas quais os sistemas microeletromecânicos (MEMS) e nanoeletromecânicos (NEMS) estão demorando tanto para chegar ao mercado. Eles já são capazes de fazer coisas estupendas, mas fabricá-los é ainda um processo lento e, portanto, caro.
Este alfabeto foi escrito com letras metálicas que medem 1,8 micrômetro de altura por 1,5 micrômetro de largura, a espessura das linhas que compõem as letras é de 200 nanômetros.Letras e pequenos símbolos já foram construídos até mesmo com átomos e moléculas. A construção com átomos, contudo, é um processo demorado, feito com microscópios eletrônicos de última geração, nos quais cada átomo ou molécula é movido individualmente. É impensável sua utilização em larga escala. A nova técnica pode ser utilizada em uma escala muito mais ampla.
Micro-alfabeto
O alfabeto, que está invertido porque foi construído como um molde, foi produzido por meio de uma técnica desenvolvida pela equipe do professor Nicholas Fang, da Universidade de Urbana-Champaign, Estados Unidos, que consiste em uma estampagem metálica de estado sólido utilizando líquidos super-iônicos, que funciona a temperatura ambiente.
O processo é o inverso daquele que ocorre no interior das pilhas e baterias que utilizam eletrólitos sólidos. Esses eletrólitos são condutores iônicos nos quais a carga elétrica não é transportada por elétrons, mas por íons - átomos que apresentam uma falta ou um excesso de elétrons. Nesse processo ocorre também uma transferência de massa, que é apenas um sub-produto indesejado do transporte de cargas elétricas.
Na nova técnica de fabricação de microestruturas, o mesmo processo é utilizado com vistas ao transporte de massa. Por decorrência, ocorre também um transporte de cargas elétricas, não de todo indesejado, porque os cientistas utilizam essa energia para monitorar o processo de transporte de massa que lhes interessa.
Os pesquisadores afirmam que também o campo da óptica de sub-comprimentos de onda, envolvendo os plasmons, deverá ter um grande impulso com a nova técnica, já que esse campo de pesquisas emergente depende de estruturas metálicas muito pequenas para tirar partido do movimento dos plasmons, quasi-partículas que navegam sobre a superfície de metais.