O aumento da demanda por bens e serviços motivou o setor industrial a investir na modernização e ampliação de seus parques fabris, o que fez de 2007 um ano excepcional para os fornecedores de máquinas operatrizes.
A avaliação é de Alcino Bastos, gerente geral da subsidiária brasileira da Okuma, que comemora o excelente desempenho obtido pela empresa no mundo todo.
“A matriz, no Japão, prevê faturar US$ 2 bilhões em 2008 e, com exceção da subsidiária da América do Norte, cujo faturamento se manteve nos mesmos níveis do ano passado, todas as demais instaladas nos continentes europeu, asiático, australiano e africano cresceram de forma expressiva em 2007”, destaca.
No Brasil, em particular, a Okuma estima fechar o ano com crescimento nas vendas da ordem de 20% em relação a 2006. "Podemos afirmar que foi o ano de maior comercialização de máquinas-ferramentas em número de unidades e em valores desde 1997, quando a subsidiária se instalou no país", diz Bastos.
Ele ainda atribuiu esse resultado à disponibilidade de crédito para todos os tipos de produto e para todos os níveis de renda da população. "Devido a isto, houve expansão da demanda em várias áreas e principalmente nos segmentos automotivo, agrícola e de mineração, o que levou o setor industrial a investir intensivamente em novas máquinas e equipamentos para atender aos pedidos".
A base de clientes da Okuma também aumentou, segundo o executivo, em parte em decorrência da participação da empresa em duas das mais expressivas feiras técnicas realizadas no Brasil – Feimafe (em maio) e Mercopar (em outubro).
Outro fator que explica esse crescimento foi a valorização do real em relação ao dólar, o que possibilitou a empresas de menor porte investir em máquinas importadas e de alta tecnologia.
"A desvalorização da moeda americana contribuiu para que o preço de equipamentos estrangeiros e de tecnologia sofisticada ficasse mais próximo ao preço das máquinas de menor conteúdo tecnológico e ao das máquinas fabricadas localmente, o que os tornou acessíveis também às indústrias de pequeno e médio porte", explica Bastos.
A disponibilidade de crédito para empresas pequenas e médias também contribui, o que representou uma novidade em nosso mercado, uma vez que, até então, praticamente apenas havia o Finame e, ainda assim, somente para aquisição de equipamentos nacionais.
De outro lado, a excessiva valorização do real prejudicou, sobretudo, as grandes indústrias que haviam firmado importantes contratos de exportação, o que indiretamente afetou a Okuma.
"Muitos dos nossos clientes tradicionais foram penalizados pelo câmbio, o que os levou a postergar investimentos locais em máquinas e equipamentos. Isso só não nos causou sérias dificuldades porque, em contrapartida, houve um aquecimento da demanda interna por bens e serviços que acabou compensando essa situação", diz Bastos.
Perspectivas para 2008
Cauteloso, o gerente geral da Okuma acredita que em 2008 a demanda por bens de capital tenderá a se atenuar uma vez que os grandes investimentos nesse sentido foram feitos em 2007 e não deverão se manter no mesmo ritmo.
Em termos macro econômicos, o cenário provavelmente se manterá o mesmo, com crescimento estimado de 4% do PIB, IGPM e IPCA na faixa de 5%, taxa Selic de 11% e superávit comercial da ordem de US$ 32 bilhões.
A previsão mais arriscada refere-se ao câmbio, que segundo Bastos deverá se manter em torno de R$ 1,80. "Mas há tantos fatores que incidem na variação da moeda, que a chance de erro é elevada, tanto para mais, quanto para menos".
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