Maioria das indústrias de transformação já adota práticas de economia circular, aponta CNI

Reciclagem, insumos secundários e durabilidade são práticas circulares mais adotadas

Seis em cada dez indústrias brasileiras da transformação e extrativas já incorporam alguma prática de economia circular em seus processos, segundo sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com mais de 1,7 mil empresas. A pesquisa revela que a circularidade tem ganhado espaço como estratégia para redução de custos, estímulo à inovação e ganho de reputação.

Entre as práticas mais adotadas estão a reciclagem de produtos (33%), o uso de matéria-prima secundária (30%) e o desenvolvimento de produtos com maior durabilidade (29%). O estudo também mapeou diferentes níveis de maturidade entre setores industriais. Segmentos como calçados (86%), biocombustíveis (82%), veículos e eletrônicos (81%) lideram a adoção, enquanto farmacêutico (33%), impressão (40%) e construção civil (até 42%) apresentam níveis mais baixos.

De acordo com a CNI, a economia circular vem se consolidando como um pilar estratégico para a competitividade industrial, contribuindo não apenas com ganhos econômicos — como a diminuição no consumo de insumos e energia — mas também com o posicionamento das empresas frente às demandas ambientais e sociais. Estimativas da McKinsey apontam que práticas circulares podem reduzir custos de produção em até 20% e elevar receitas em até 15%.

Apesar do avanço, a pesquisa identificou obstáculos que dificultam a expansão da circularidade, como altas taxas de juros para financiamento, baixa oferta de soluções tecnológicas viáveis e escassez de mão de obra qualificada. Em termos regulatórios, 45% das empresas apontam a complexidade do sistema tributário como barreira, e 53% defendem a simplificação das normas.

*Imagem de capa: Depositphotos.com