BNDES aprova R$ 71,4 milhões para expansão da BO Paper no Paraná

Investimento com recursos do Fundo Clima viabiliza nova linha industrial em Jaguariaíva para produção de papel de embalagem com fibras recicladas, reduzindo emissões e ampliando a eficiência produtiva

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 71,4 milhões para a BO Paper Brasil Indústria de Papéis adequar unidade industrial em Jaguariaíva (PR) para a ampliar produção de papel para embalagem, utilizando como insumo fibras recicladas.

Com recursos do Novo Fundo Clima, a empresa vai adquirir máquinas e equipamentos que vão permitir que a produção de papel tenha uma mistura de 50% de fibras virgens e 50% de fibras recicladas, resultando em um produto de qualidade diferenciada. A solução oferece ao mercado uma alternativa econômica com aparência de fibra virgem e propriedades superiores ao papel feito exclusivamente com fibras recicladas, como por exemplo a baixa gramatura, respondendo à crescente demanda por produtos sustentáveis e de alto desempenho.

A fábrica de Jaguariaíva produz papel de embalagem e é a maior produtora de papel imprensa da América Latina e única produtora no Brasil, atendendo às demandas do mercado gráfico e de publicações. A unidade possui capacidade instalada atual de 130 mil toneladas por ano de papel. Com o projeto, a unidade passará a operar com capacidade instalada de 160 mil toneladas.

Estima-se a geração de 80 postos de trabalho diretos durante a implantação do projeto e de 26 postos de trabalho após a conclusão do projeto, sendo 20 diretos e 6 indiretos. Ao todo, o investimento é da ordem de R$ 93,2 milhões.

A produção também contribuirá com a redução das emissões de gases do efeito estufa devido à utilização das fibras recicláveis em detrimento de fibras virgens como insumo produtivo. A redução será de 16,6 mil toneladas de CO2e por ano, aproximadamente 48,9% de redução comparado ao cenário sem utilização de fibras recicladas.


Continua depois da publicidade


“Os segmentos de papéis de embalagem tiveram crescimento consistente de demanda com o aumento do comércio eletrônico e têm tendência de aumento para os próximos anos. Dados do setor apontam que, em 2024, a expedição de papelão ondulado atingiu 4,2 milhões de toneladas, um crescimento de 4,9% em relação a 2023, e foi o maior volume expedido desde 2006. Para atender a esse mercado, o BNDES, sob a diretriz do governo do presidente Lula de promover uma indústria nacional de baixo carbono, apoia a produção de papéis de embalagem sustentáveis e que reduzam as emissões de CO2”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Fundo Clima

Segundo o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, o projeto aprovado pelo Banco está alinhado às diretrizes do Fundo Clima, de promoção do desenvolvimento resiliente e sustentável. “E enquadra-se na Nova Indústria Brasil, política federal que tem como objetivo expandir a capacidade produtiva da indústria brasileira por meio da produção e da adoção de insumos, inclusive materiais e minerais críticos, tecnologias e processos de baixo carbono, com eficiência energética”, diz.

O Fundo Clima é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima e se constitui em um fundo de natureza contábil, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com a finalidade de garantir recursos para apoio a projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas.