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Exclusiva: Diretor da Fapes detalha estratégia de internacionalização em meio ao maior investimento da história em CT&I no ES

Na entrevista, diretor da fundação capixaba reforça a importância da internacionalização, da aproximação com a indústria e da valorização das vocações regionais; Governo do Estado investiu mais de R$ 200 milhões em CT&I no 1ª semestre de 2025

Em entrevista exclusiva concedida no aeroporto de Stuttgart, na Alemanha, logo após o encerramento da missão internacional do programa BiG 2025 e uma semana antes do anúncio do maior investimento da história do Espírito Santo em ciência, tecnologia e inovação, o diretor-geral da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), Rodrigo Varejão, detalhou a estratégia capixaba para fortalecer a internacionalização de startups, aproximar a inovação dos desafios industriais e valorizar as vocações regionais como base de uma política pública com projeção global.

“A gente tem trabalhado para que as empresas nascentes possam ter uma atuação também internacional, já desde o começo”, afirma Varejão.

A fala se insere em um momento emblemático para o Espírito Santo, que anunciou um investimento recorde de R$ 203,5 milhões em CT&I no primeiro semestre de 2025. Os recursos são geridos pela própria Fapes, por meio do Funcitec e do Funcitec/MCI – Mobilização Capixaba pela Inovação.

“Queremos ser um estado provedor de tecnologia e não apenas um consumidor”, destacou o governador Renato Casagrande durante o anúncio oficial no Palácio Anchieta, em 14 de abril.

O BiG 2025, programa de capacitação e inserção de startups de tecnologia industrial na Alemanha, é uma das primeiras ações concretas do Brazilian Startups Worldwide (BSW) — programa lançado pela Fapes com apoio do Funcitec/MCI e execução do FindesLab. A iniciativa integra a estratégia estadual de internacionalização de startups e posicionamento do Espírito Santo como um polo de inovação conectado a mercados globais.


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Na entrevista, Varejão classifica esse movimento como “um caminho sem volta” para empresas que desejam crescer, competir e atrair parcerias internacionais.

O valor anunciado pelo governo do estato contempla 16 editais em execução e 11 novos editais, sendo sete inéditos, com foco na promoção de pesquisas, inovação tecnológica, extensão e na formação de recursos humanos. Um dos destaques é o programa Nova Economia Capixaba, que destina R$ 40 milhões para projetos de inovação mais maduros, com ênfase em parcerias entre empresas e instituições de pesquisa.

Veja a entrevista exclusiva completa com Rodrigo Varejão:

Mais do que replicar modelos prontos, Varejão defende que a inovação seja construída a partir das realidades locais. “A inovação precisa fazer sentido para os territórios”, afirma. Com base na vocação industrial capixaba — celulose, petróleo e gás, rochas ornamentais —, ele acredita que os desafios enfrentados por empresas podem ser ponto de partida para soluções desenvolvidas localmente: “Quando a gente ouve um empresário falando de um gargalo, de um problema na linha de produção, isso pode ser a semente de uma startup”.

“Tem muita gente boa fazendo coisa boa no Brasil, e a gente precisa mostrar isso”, destaca.