Robôs sobre trilhos: inovação alemã usa soldagem automatizada para revolucionar manutenção ferroviária

Sistema desenvolvido pela Robel Rail Automation com robôs FANUC promete reduzir prazos e enfrentar a escassez de mão de obra especializada nas ferrovias europeias

Uma ideia simples e poderosa está ganhando força na Europa: e se os próprios trilhos pudessem transportar os robôs responsáveis por sua manutenção? De acordo com reportagem do site Machinery, essa proposta virou realidade nas mãos da Robel Rail Automation, empresa alemã especializada em infraestrutura ferroviária. Com apoio da japonesa FANUC, referência global em automação industrial, a solução se materializou em um sistema móvel e inteligente capaz de detectar e corrigir defeitos com alta precisão — tudo isso de forma autônoma.

Com a capacidade de executar tarefas repetitivas com precisão, os robôs ajudam a encurtar o tempo necessário para manutenções ferroviárias demoradas e ainda compensam a redução no número de trabalhadores disponíveis. Imagem: FANUC/Robel Rail Automation

O conceito parte de uma necessidade cada vez mais urgente: a falta de profissionais qualificados, como soldadores, para executar trabalhos repetitivos e de alta responsabilidade em trechos ferroviários. A resposta veio em forma de um vagão automatizado, que percorre os trilhos com dois robôs industriais embarcados. Eles são responsáveis por identificar danos internos e externos e realizar reparos completos por meio de processos como soldagem, fresagem e retificação.

Mas a curiosidade vai além da automação em si. O sistema é equipado com sensores de ultrassom, dispositivos de medição por corrente parasita e câmeras que detectam até falhas invisíveis a olho nu. Essas tecnologias não apenas garantem reparos de qualidade como também permitem que todos os dados do processo fiquem digitalmente disponíveis para análise e rastreabilidade — um diferencial crucial para operadoras que precisam justificar tempo e investimento em manutenção preditiva.


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Segundo a Robel, a demanda já é alta, especialmente para reparos em AMVs (aparelhos de mudança de via), conhecidos pela complexidade técnica. A expectativa é que, além de ferrovias, soluções como essa encontrem aplicação futura também em redes rodoviárias, contribuindo para a modernização de infraestruturas em escala continental.