Pequim aposta em energia limpa, mas mantém dependência do carvão

Governo chinês quer neutralizar emissões até 2060, mas enfrenta desafios climáticos e energéticos

A China anunciou recentemente um novo pacote de grandes projetos de energia renovável para enfrentar as mudanças climáticas, reforçando sua meta de atingir o pico de emissões de dióxido de carbono antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060. O plano, divulgado pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), inclui expansão da geração de energia eólica offshore e a construção de novas bases de energia em regiões desérticas do país.

De acordo com publicação da Forbes, entre os projetos destacados no relatório da NDRC está a polêmica usina hidrelétrica no rio Yarlung Tsangpo, no Tibete, que tem gerado preocupações na Índia devido ao seu potencial impacto sobre os fluxos de água a jusante. O governo chinês também planeja criar uma linha direta de transmissão de energia conectando o Tibete a Hong Kong, Macau e Guangdong, fortalecendo a infraestrutura energética do Sul do país.

Apesar dos investimentos em fontes limpas, a China continuará a apostar no carvão como um combustível essencial para seu suprimento energético. A NDRC indicou que o país seguirá ampliando a produção de carvão, ao mesmo tempo em que testará tecnologias de baixo carbono em usinas termelétricas e promoverá iniciativas para aumentar a participação de energias renováveis na matriz nacional.

O avanço da China na transição energética, no entanto, enfrenta desafios. A redução de 3,4% nas emissões de carbono por unidade de crescimento econômico em 2023 ficou abaixo das metas estabelecidas, reflexo do aumento do consumo de energia e das condições climáticas extremas. A NDRC também alertou que o país não deverá cumprir sua meta de reduzir a intensidade de carbono em 18% dentro do atual plano quinquenal, que termina este ano.


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Com um olhar voltado para o futuro, a China ainda não anunciou sua meta climática para 2025, mas segue equilibrando seu compromisso ambiental com a necessidade de manter o crescimento econômico. 

*Imagem de capa: Depositphotos.com


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