A Visteon, fabricante de autopeças, vai ampliar a produção de componentes na Argentina. Para 2008, a empresa já tem programado investimentos de US$ 3,5 milhões (10 milhões de pesos), para garantir o atendimento da demanda no mercado local e no Mercosul. É o maior aporte que a Visteon aplica no país vizinho nos últimos anos.
"Vamos transferir nova linha de evaporador para ar-condicionado da fábrica do grupo na França para a unidade de Buenos Aires", disse José Hélio Contador Júnior, presidente da empresa para a América do Sul. Também faz parte dos investimentos a transferência de máquinas injetoras de plástico para a fábrica de Terra do Fogo, na Argentina.
"Com novos pedidos garantidos para o próximo ano, vamos precisar de mais tecnologias para atender os novos modelos de veículos que serão lançados no Mercosul", disse Contador. "A expectativa é de quase dobrar o faturamento da empresa, de US$ 65 milhões em 2007 para US$ 100 milhões ao final de 2009."
A Visteon está presente na Argentina há 15 anos. Iniciou suas atividades lá por meio de sociedade com a fabricante de ar-condicionado Sistemaide. Depois adquiriu 100% da empresa. "Mantivemos as operações naquele país no formato da companhia anterior, depois expandimos as atividades e criamos uma terceira fábrica", afirmou Contador.
Hoje a Visteon, uma das maiores sistemistas da indústria automobilística - fornece conjuntos completos -, tem duas linhas de produção de ar-condicionado em Buenos Aires e Terra do Fogo e uma linha que faz cockpit e interiores (painel frontal do veículo) em Buenos Aires, onde trabalham 450 funcionários em três turnos desde o final de 2006. Além de atender a Ford, Volkswagen e o grupo PSA Peugeot Citroën naquele país, a empresa também abastece as montadoras no Brasil.
Assim como no Brasil, a demanda na Argentina deverá continuar aquecida em 2008 e 2009. A estimativa do presidente da Visteon se baseia não somente nas encomendas feitas pelas montadoras, mas também pela estabilidade econômica do país. "O que poderá limitar o crescimento é a falta de energia elétrica", avaliou Contador.
Para manter a estratégia equibilibrada nas operações no Mercosul, a matriz, nos Estados Unidos, vai definir na próxima semana os investimentos para o Brasil, onde mantém uma fábrica em Guarulhos, na Grande São Paulo, que faz sistema de climatização, interiores e componentes eletrônicos, e em Manaus (AM), que faz sistema de áudio.
Sabó cresce na Argentina
A Sabó, fabricante brasileira de autopeças, também ampliou suas operações na Argentina para acompanhar o crescimento das montadoras e do mercado de reposição. A estimativa de Luiz Gonzalo Guardia Souto, diretor geral da empresa na América do Sul, é que até 2010 sejam gastos US$ 2 milhões na fábrica de San Justo, província de Buenos Aires, para que a unidade passe a operar em uma área total de 8 mil metros quadrados. Nos últimos sete anos a Sabó investiu US$ 5 milhões naquele país.
Além de atender o mercado local, a estratégia da Sabó é tornar a fábrica da Argentina uma base exportadora para o mercado de reposição da América Latina, enquanto a fábrica brasileira terá o seu foco nas montadoras. De toda a produção da fábrica da Argentina, 60% é destinada para exportação, sendo o principal embarque para a Alemanha, que envia retentores para as montadoras e o mercado de reposição da Europa.
Para o Brasil, a Sabó também envia retentores para a fábrica da Ford de Taubaté, interior de São Paulo, o que é complementado com juntas brasileiras para aplicação nos motores da picape Ranger produzida na Argentina. A Sabó iniciou suas operações na Argentina em 1992 ao adquirir duas fábricas por US$ 3 milhões: a Wol, líder de venda direta de retentores para as montadoras; e a Todaro Hermanos, que fornece para reposição daquele país.
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