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O diretor da Associação Nuclear Mundial (WNA, em inglês), John Ritch, disse hoje que a energia nuclear é a "quinta-essência" do desenvolvimento sustentável, no seminário internacional "Energia Nuclear como Alternativa Sustentável?" que começou no Rio de Janeiro.
Ritch apresentou a energia nuclear como a melhor alternativa para se preparar para o "desafio" do aumento da demanda energética mundial derivada do crescimento populacional, "que deve chegar a 9 bilhões em 2050".
O diretor da WNA assegurou que os danos causados pelos gases do efeito estufa "terão um ponto sem volta" e que produzirão "catástrofes" como o aumento de secas, inundações, perda da biodiversidade, fome, e "a destruição da civilização humana".
Como solução, ele apresentou o "renascimento" da energia atômica - que, segundo ele, é limpa, segura e só apresenta riscos mínimos, que se "podem ser controlados com a colaboração internacional", como a proliferação de armas nucleares ou o terrorismo.
O diretor também rebateu os argumentos que alertam para o perigo do lixo nuclear.
"Os resíduos são o maior ativo da energia nuclear, pois seu volume é mínimo e eles podem ser manuseados sem risco para a sociedade nem para o meio ambiente", afirmou.
Ritch aproveitou para criticar os movimentos ecologistas contrários à tecnologia nuclear, qualificando-os de "poucas forças reacionárias".
"A velha guarda do ambientalismo está sendo eclipsada por uma nova corrente realista e já está reconhecendo que a energia nuclear terá um papel completo na revolução global da energia limpa", acrescentou.
Na mesma linha, autoridades nacionais defenderam a construção da usina nuclear de Angra III, no estado do Rio de Janeiro.
"O projeto deve ser retomado para que o Brasil possa crescer de forma sustentável e contínua", disse Armando Coelho, do Conselho Empresarial de Energia da Federação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que inaugurou o evento.
Angra III foi encomendada em 1976 e as obras começaram em 1984, mas estão suspensas desde 1986. A retomada da construção só foi aprovada em junho, em meio a polêmicas com grupos ambientalistas dentro do próprio Governo.