Indústria tem apenas 31,8% de lideranças femininas

Estudo do Observatório Nacional da Indústria mostra que presença feminina em cargos de gestão no setor industrial é menor do que em outros

A diversidadena liderança das indústrias brasileiras ainda é um desafio. Um estudo do Observatório Nacional da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de 2021, mostrou que o índice de presença feminina em cargos de gestão no setor industrial é menor do que em outros. Enquanto nas demais áreas da economia as mulheres ocupam 46% das funções de liderança, na indústria esse número cai para 31,8%. 

Apesar de ainda baixo, esse índice tem melhorado: em 2008, era de 24%. De acordo com outro estudo, este do Instituto Identidades do Brasil, a cada 10% de aumento na diversidade de gênero nas empresas, há um acréscimo de 5% na produtividade

Diversidade racial

Quando se fala da diversidade racial, aumentando os mesmos 10%, a produtividade pode ser até 4% maior. Este é um assunto ainda mais desafiador. Apesar de 56% da população se identificar como negra no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 4,7% estão em cargos de liderança dentro das 500 maiores empresas do país, de acordo com uma pesquisa  publicada pela revista GV-Executivos.

“O Brasil é o país com a segunda maior população negra do mundo (atrás apenas da Nigéria), e as mulheres negras representam 27,8% da população, segundo o IBGE. Ter representantes desse grupo na liderança ou em conselhos de administração amplia a visão de mercado das marcas, dá visibilidade a um potencial público-alvo ainda não atendido e pode revelar talentos que hoje não são considerados na maioria das empresas”, conclui o estudo. 

Fomento à diversidade na liderança das indústrias

Para tentar mudar este cenário, algumas ações estão sendo tomadas. De acordo com a CNI, 57% das indústrias brasileiras desenvolvem políticas de promoção de igualdade de gênero. Entre as principais ações estão:

  • Paridade salarial (77%), direito previsto na Constituição Federal e Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT);
  • Política que proíbe discriminação em função de gênero (70%), também prevista em lei;
  • Programas de qualificação das mulheres (56%);
  • Programas de liderança para estimular a ocupação de cargos de chefia por mulheres (42%);
  • Licença maternidade de seis meses (38%).

Além das empresas, entidades do setor também estão se movimentando para diminuir esta diferença. A própria CNI criou, em 2022, o Fórum Nacional da Mulher Empresária, com a pretensão de incentivar o crescimento da presença feminina na economia. 


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O Sesi e Senai também atuam na implantação da Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino - Brasil para Elas, programa do governo federal que oferece vagas gratuitas em cursos de qualificação. A ideia é aumentar a presença de mulheres em formações dentro do campo de atuação industrial.

*Imagem de capa: Depositphotos.com