Fonte: Jornal do Meio Ambiente (www.jornaldomeioambiente.com.br) - 13/03/07
A empresa MaxAmbiental, de São Paulo, está finalizando os estudos para a comercialização de créditos de carbono do Projeto de Manejo Florestal Sustentável Energia Verde, na região da Serra Vermelha, no sul do Piauí. Há dois fundos ingleses interessados na negociação.
Isso é possível porque a produção de carvão vegetal certificado usa os modernos fornos JG e não os tradicionais bacurau ou rabo quente, que desperdiçam madeira e calor. Com a nova tecnologia, o carvão produzido retém grandes quantidades de carbono. Graças a essas inovações, a fumaça emitida carrega menos gases que ampliam o efeito estufa e contribuem para a escalada do aquecimento global, como o CO2 (dióxido de carbono) e o CH4 (metano).
"Com uma melhor combustão se produz um melhor carvão, com impactos ambientais reduzidos", explicou Paulo Braga, engenheiro florestal e diretor da MaxAmbiental. A
empresa fechou recentemente uma parceria com a Câmara dos Deputados para neutralizar as emissões de carbono daquela casa.
Conforme Braga, as baixas emissões de gases poluentes da atividade carvoeira do Energia Verde serão absorvidas pela regeneração natural da Caatinga, após o manejo florestal. "Com os fornos JG, serão menos 1,6 milhão de toneladas de CO2 emitidas", disse.
O engenheiro florestal lembrou, ainda, que o Projeto Energia Verde é uma demonstração do potencial energético da Caatinga arbórea do sul do Piauí, aliando geração de empregos e desenvolvimento sustentável em uma região carente de investimentos. "Trata-se de um dos maiores planos de manejo florestal do país, capaz de gerar 2 mil empregos diretos em uma região dominada pelas monoculturas mecanizadas", ressaltou.