Fonte: O Estado de São Paulo - 21/11/07
Pouco menos da metade das empresas brasileiras pretende aumentar a quantidade de investimentos em 2008. Esses recursos serão destinados, principalmente, a aumentar sua capacidade de produção, segundo a Sondagem Especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada hoje, 21.
De acordo com os dados, 42% das empresas pretendem aumentar os investimentos no próximo ano. Esse porcentual sobe para 45% entre as grandes empresas. A pesquisa mostra ainda que 45% das empresas consultadas devem manter inalterados os seus investimentos e 13% esperam reduzir.
A sondagem mostra que 20% das empresas industriais registraram capacidade produtiva menor que a demanda prevista para 2008, nível semelhante ao observado no final de 2004 com relação a demanda prevista para 2005. Entre as grandes empresas, 14% assinalaram capacidade produtiva pouco adequada a demanda futura. O segundo objetivo dos recursos empregados no ano que vem será melhorar a qualidade do produto.
A CNI também informa que apenas 5% dos investimentos das empresas previstos para 2008 serão voltados prioritariamente para o mercado interno. Esse porcentual era de 11% em 2004. 73% das empresas informaram que vão investir visando prioritariamente o mercado interno e 22% responderam que atenderão igualmente aos mercados internos e externos.
Crédito
Segundo o economista da CNI, Paulo Mol, a sondagem mostra que as grandes empresas estão mais dispostas a investir em máquinas e equipamentos embora a expansão do parque produtivo seja mais necessária entre as empresas de pequeno porte. Segundo ele, esse cenário se deve à dificuldade que as empresas menores têm de acesso ao crédito.
Ele, no entanto, descarta a possibilidade de haver um aumento da inflação pelo fato de 22% das pequenas empresas indicarem que estão com a capacidade produtiva abaixo da demanda prevista para 2008. Entre as grandes empresas, esse porcentual é de 14%. "O risco é residual de ter uma inflação por causa disso. As empresas que responderam que estão pouco com a capacidade produtividade pouco adequada à demanda prevista para 2008 são as que responderam que querem investir no próximo ano ", disse o economista.
O economista chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, destacou que, apesar da queda dos juros no Brasil, a oferta de crédito se dirigiu principalmente ao consumidores e menos para as empresas. Segundo ele, é possível encontrar créditos mais longos para comprar bens de consumo do que para a aquisição de bens de capital. Citou como exemplo os empréstimos para compra de automóveis ao consumidor, com até 99 meses, prazo não encontrado para o crédito às empresas.
Ele também avaliou que as pequenas empresas apresentam maior necessidade de investir em 2008 porque investiram menos que as grandes empresas em 2007.
2007
No que se refere a este ano, os dados informam que apenas 4% das grandes empresas que planejaram investimentos para este ano adiaram ou cancelaram seus projetos. Esse porcentual sobe para 21% no universo das pequenas empresas.
A pesquisa ouviu 1.655 empresas de todo o País, das quais 86% planejaram investir em 2007. Segundo a CNI, duas em cada três empresas de grande porte realizaram os investimentos integralmente como planejado. Entre as pequenas empresas, essa relação cai para uma em cada três empresas. A CNI destaca que a frustração do investimento previsto para 2007 foi mais intensa em cinco setores: móveis, artigos de couro, calçados, madeira e borracha.
A pesquisa também demonstra que a participação do sistema financeiro é pequena para a expansão do investimento no Brasil. Da empresas pesquisadas, 71% realizaram investimentos com recursos próprios; 9% recorreram a bancos de desenvolvimento; 16% a bancos comercias privados e públicos e 2% buscaram financiamento no exterior.
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