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A coletiva mensal de imprensa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que ocorreu na última semana, teve a participação do Vice-Presidente Geraldo Alckmin, explicando mais detalhes sobre a Medida Provisória do Setor Automotivo, anunciada recentemente pelo governo federal.
“Estamos muito otimistas com as respostas dos consumidores, com a preservação do emprego e com o fortalecimento da indústria automobilística, que representa 20% do setor de manufatura e emprega cerca de 1,2 milhão de pessoas”. Alckmin, que também é Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, classificou a MP 1175 como inteligente, pois atende o transporte coletivo, o de carga e os compradores de veículos leves, trazendo os critérios social e ambiental, além da densidade industrial.
O Presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, elogiou a abrangência do programa adotado, que tem um viés não só de aquecimento do mercado de veículos leves e pesados, mas também com um lado ambiental e de segurança viária muito forte, promovendo a renovação de frota de caminhões e ônibus de forma direta, e estimulando indiretamente essa renovação entre os automóveis, ao reduzir preços de modelos 0 km, e pressionando para baixo o valor dos usados. “Embora seja um programa de curta duração, traz um ânimo para todo o ecossistema automotivo e coloca um foco sobre um setor que tem potencial para gerar incontáveis benefícios à sociedade brasileira de forma geral”, afirmou.
Pelas estimativas da Anfavea, cerca de 100 mil a 110 mil automóveis e comerciais leves deverão usufruir dos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil, antes do esgotamento do teto de R$ 500 milhões em créditos tributários disponibilizados pelo Ministério da Fazenda. Isso deverá ocorrer em pouco mais de um mês, ou seja, bem antes dos 4 meses de prazo estipulado pela MP 1175. Para caminhões e ônibus, espera-se um prazo mais largo para o teto de R$ 1 bilhão, até porque são veículos de maior valor, e com venda atrelada à retirada das ruas e reciclagem de veículos pesados com mais de 20 anos de uso, para desconto de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, dependendo do produto.
A produção de autoveículos em maio teve o melhor resultado desde agosto, com 227,9 mil unidades, 27,4% superior a abril e 10,7% a mais que em maio de 2022. Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), alguns fatores foram responsáveis por essa alta, como o retorno das fábricas que haviam parado em parte do mês anterior, o maior número de dias úteis e, sobretudo, a expectativa gerada pelo anúncio de medidas para reaquecer o mercado, com descontos para modelos de até R$ 120 mil. Muitas empresas ampliaram seus estoques à espera de uma forte demanda a partir deste mês.
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Por outro lado, essa espera pela MP do Setor Automotivo, publicada ontem no Diário Oficial da União, ocasionou um adiamento de compra por parte de muitos consumidores desde a metade de maio. O resultado foi uma desaceleração do ritmo de vendas, mesmo após uma primeira quinzena muito positiva. As 176,5 mil unidades emplacadas no último mês representaram crescimento de 9,8% sobre abril e recuo de 5,6% sobre o mesmo mês do ano passado. Como maio teve quatro dias úteis a mais que abril, a média diária de vendas caiu 10,1% em relação ao mês anterior, de 8.929 para 8.025 unidades/dia.
Esses movimentos da produção e do mercado interno geraram pela primeira vez em três anos um nível de estoque que só se verificava antes da pandemia, com mais de 250 mil unidades nos pátios das fábricas e das concessionárias. Volume que tende a ser escoado com rapidez, agora que os descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil oferecidos pelo governo federal estão válidos, além de eventuais reduções oferecidas pelas montadoras e suas redes.
Já na área de comércio exterior, que pouco se relaciona com as questões de nosso mercado externo, houve crescimento nos embarques em maio. As 44,3 mil unidades exportadas significaram o segundo melhor mês do ano, com uma elevação de 30,4% sobre abril. No acumulado do ano, as exportações estão 4,2% abaixo de 2022, na contramão do desempenho acumulado de produção e vendas, que cresceram até maio 6,2% e 9,3%, respectivamente.
*Imagem de capa: Depositphotos
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