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Claudia Elisa Soares | 14/06/2023
Notícias
Até que ponto podemos propor a transição energética sem comprometer a segurança energética de um país?
O superaquecimento do planeta é uma das pautas climáticas mais debatidas nos últimos anos, e o Acordo de Paris, assinado na COP21, em 2015, foi um marco na jornada de conscientização sobre o tema.
O compromisso foi aprovado por 195 países que se comprometeram a diminuir emissões de gases de efeito estufa, com o objetivo de fortalecer a resposta global à ameaça das mudanças climáticas. E, para minimizar os impactos ambientais a longo prazo, uma das soluções mais recomendadas por especialistas é a transição energética, que propõe uma transformação na forma de produzir e consumir energia, tornando-a menos poluente.
Mas até que ponto podemos realizar esta adaptação sem comprometer a segurança energética de um país? Quais seriam as soluções viáveis?
Antes de qualquer resposta, é importante compreender o que é a transição energética: trata-se da passagem de uma matriz energética focada em combustíveis fósseis para uma com baixa ou zero emissões de carbono, baseada em fontes renováveis.
A evolução desta transição pode gerar efeitos colaterais, como mencionado no artigo "Os mitos da energia estão desencadeando uma nova era das trevas na Europa", escrito por Brian Gitt e publicado no site da Real Clear Energy. Gitt é conhecido por sua visão controversa sobre políticas e estratégias de sustentabilidade, despertando a ira de uns e a admiração de outros. Mas é inegável que sua capacidade de questionar assuntos considerados intocáveis é positivo para chegarmos às melhores soluções para o meio ambiente.
No artigo citado, ele usa como exemplo a real crise energética enfrentada pela Europa, com fábricas interrompendo as operações devido ao aumento dos preços de energia, famílias desembolsando 50% a mais pelo aquecimento de suas casas e o continente desestabilizando sua posição política por ter se tornado dependente da Rússia para o gás natural.
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Segundo Gitt, existem 6 mitos sobre energia que precisam ser considerados nas discussões em torno do tema, entre os quais estão:
Outro ponto alertado por Gitt é que na China são aguardadas mais de 50% de novas vendas de veículos elétricos, onde a maioria das usinas é movida a carvão, a alternativa de fonte de energia mais suja.
No meu entendimento, há muito hype e pouco debate sobre a produção dos carros elétricos e sua utilização. Antes de massificá-lo, é necessária uma profunda análise de seu ciclo de vida, considerando a jornada do berço ao túmulo, para que sua entrada no lugar dos veículos movidos a combustíveis fósseis não seja “elas por elas”.
Algumas perguntas necessitam respostas, como:
ESG é um assunto necessário, complexo, perene e repleto de nuances. Por isso é importante aprofundarmos o debate, incluindo os contrapontos (como esses citados no artigo de Gitt) que precisam ser analisados para que as ações relacionadas ao futuro do meio ambiente e do planeta sejam bem desenvolvidas e realmente efetivas.
*Imagem de capa: Depositphotos
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Claudia Elisa Soares
Claudia Elisa Soares é especialista em ESG e transformação de negócios e líderes e conselheira em companhias abertas e familiares
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