Falta de semicondutores ainda afeta 61% das empresas de eletrônicos

Relatos de dificuldade na compra de componentes e matérias-primas ainda é impasse na indústria de eletrônicos no Brasil

Indicadores de janeiro mostram que dificuldades na aquisição de componentes e matérias-primas, bem como semicondutores, ainda são relatos bastante comuns na indústria elétrica e eletrônica, mas há uma tendência de queda.

Segundo dados do mês compilados e analisados pela associação brasileira do setor, a Abinee, 44% das empresas do segmento admitiram enfrentar impasses para adquirir os itens por causa da falta deles no mercado. Em comparação a dezembro, houve um ligeiro aumento na dificuldade - 40% afirmaram, à época, terem encontrado restrições -, porém o total permanece inferior aos patamares registrados entre março e maio de 2022, que chegaram a 60%.

Especificamente no caso de aquisição de aço e cobre, bem como papelão, materiais plásticos e borracha, por exemplo, os obstáculos estão quase superados: atingia apenas 3% das entrevistadas neste último levantamento, divulgado no dia 23 de fevereiro. No início de 2021, a falta desses materiais chegou a impactar metede das indústrias do setor. 

O impacto da pressão acima do normal provocada pelos custos de componentes e matérias-primas ainda atinge 47% das empresas. 

De acordo com a Abinee, mesmo com a melhora da situação observada nos últimos meses, a falta de componentes eletrônicos no mercado continua trazendo algumas dificuldades para as empresas do setor, principalmente no atraso na produção e na entrega, realidade indicada por 33% dos negócios. Indicações de paralisação parcial atingiam 4% no período do levantamento. 

Semicondutores

No caso de semicondutores, 61% das entrevistadas que utilizam esses componentes na sua produção relataram dificuldades na compra - dentro de um mesmo percentual registrado desde setembro do ano passado.

Na comparação entre os dois semestres de 2022, as médias destas indicações de julho a dezembro foi de 62%, 9 pontos percentuais abaixo da média observada de janeiro a junho, que foi de 71%, com ápice de 78% no mês de abril.


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Apesar da melhora, essa situação ainda não voltou à normalidade e continua afetando a produção da indústria elétrica e eletrônica, afirma a Abinee. 

Neste último levantamento, 67% preveem normalidade no abastecimento de componentes semicondutores para 2023. No levantamento anterior, 59% acreditavam neste cenário mais otimista. 

*Imagem de capa: Depositphotos