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Pesquisa recente realizada pela consultoria Accenture apontou que 86% dos executivos C-level entrevistados realizam investimentos de moderados a significativos em Inteligência Artificial, e 69% dos diretores de cadeia de suprimentos pretendem aumentar o investimento em gêmeos digitais nos próximos três anos.
Flávio Barreiros, líder de Supply Chain e Operations da Accenture para Brasil e América Latina, em entrevista publicada no Valor Econômico, explicou que esse movimento se dá porque a digitalização realmente muda o patamar de competitividade, conexão, eficiência e agilidade da cadeia de suprimentos, contribuindo para o aprimoramento do chamado "supply chain" resiliente.
Para o especialista, a tecnologia ajuda a se adaptar e se recuperar de eventos disruptivos, a exemplo disso, foi a pandemia. "Um "supply chain" resiliente é aquele que consegue mitigar ou minimizar o impacto desses eventos adversos no atendimento e na experiência dos clientes, nos custos operacionais e na continuidade dos negócios".
Para aprimorar o supply chain, segundo Barreiros, o primeiro passo é identificar quais são os pontos críticos, seja no fornecimento de matérias-primas, no risco de incremento nos custos, nas rotas logísticas, nas concentrações de produção em regiões específicas ou em canais de distribuição restritos.
"Com o cenário mapeado, as empresas devem implementar mecanismos para sentir os desvios ao longo de sua cadeia no dia a dia. A partir daí, encontrarão respostas, direcionando pedidos para fornecedores, aumentando estoques específicos, trocando rotas logísticas e influenciando a demanda de outros produtos conectados com o time comercial, entre outras medidas."
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De acordo com Barreiros, as organizações focadas em recursos naturais estão buscando prever falhas dos equipamentos. As de consumo querem personalizar produtos e embalagens, além de ter mais automação nos centros de distribuição ou nas lojas e empresas de diferentes setores. Além disso, estão criando centros de operação integrados, que permitem uma gestão "end-to-end" dos negócios, até de forma remota, retirando pessoas de zonas de perigo", relata o líder. "E tudo isso só é possível com tecnologia."
"Supply chain" resiliente (e inteligente)
Para o profissional, existem tecnologias que colocam o "supply chain" em outro patamar, em uma visão muito mais "insight driven", com dados e muita inteligência analítica. “Com tecnologias habilitadoras, como 5G, "blockchain" e IoT, que geram conexão rápida de dados, segurança e rastreabilidade, as empresas podem obter um panorama instantâneo de suas operações em um determinado momento ou período”.
Embora haja muitos benefícios em tornar a cadeia de suprimentos cada vez mais tecnológica, há ainda, segundo Flávio Barreiros, alguns desafios a serem enfrentados. Eles incluem uma visão ainda muito forte de trabalho em silos organizacionais, pouca colaboração dos parceiros logísticos e baixa autonomia das equipes para tomadas de decisões importantes.
"Muitos dos executivos de Supply Chain e Operations não veem que seus times estão preparados para transformar e operar uma cadeia digital, e esse é um erro. As pessoas precisam estar presentes desde a criação da visão, a ambição e a estratégia de transformação. Sem engajamento, o desenvolvimento não acontece", diz.
Priorizar as pessoas, desenvolver suas habilidades e investir nas tecnologias corretas é a chave para trilhar um caminho rumo a um trabalho reformulado. É uma estratégia que combina criatividade humana à inteligência das máquinas, para alcançar agilidade competitiva, eficiência e a tão sonhada resiliência.
*Imagem de capa: Depositphotos
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