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Anos após um dos maiores desastres nucleares do mundo, os governos do Japão e da prefeitura de Fukushima iniciaram uma série de projetos para fomentar tecnologias inovadoras na região norte do país. Entre as iniciativas está o desenvolvimento de novos equipamentos na área da robótica, veículos não tripulados, hidrogênio verde e mobilidade por aplicativo. O Plano de Inovação no litoral da província de Fukushima iniciou os projetos em 2016. A intenção é construir uma nova infraestrutura na região costeira da província e tentar recuperar as indústrias destruídas pelo enorme terremoto e pelo tsunami de 11 de março de 2011.
Além da destruição de indústrias, casas, comércios e espaços públicos, aqueles desastres naturais provocaram a morte de mais de 1.800 moradores da região nos dois anos seguintes. Reatores nucleares de Fukushima foram atingidos e superaqueceram, causando quedas de energia. Dois deles explodiram, soltando radiação no ar.
Grandes quantidades de água, que vem sendo tratada antes do despejo no Oceano Pacífico, também foram contaminadas. Milhares de moradores foram evacuados e ainda hoje não retornaram para suas casas. Os níveis de radiação já foram normalizados. Porém, mais de dez anos após o acidente, a economia da região ainda está longe de voltar ao que era antes. Um novo museu na cidade conta a história da catástrofe em detalhes.
Para muitos, as imagens daqueles momentos terríveis ainda estão bem vivas na memória. É o caso de Yuto Aoki, que ainda era um adolescente quando os desastres mudaram a vida dele próprio e de familiares. Hoje ele trabalha no escritório de Fukushima da Agência Japonesa de Energia Atômica.
Com a paralisação da usina nuclear a província voltou a utilizar o carvão para geração de energia elétrica. Por isso também os governos nacional e local estão investindo em projetos de energia renovável. É o caso do chamado hidrogênio verde a partir de placas solares. Por enquanto ainda está em fase de testes. Outras áreas incluem os setores agro-florestal e pesqueiro, atividades tradicionais no Japão.
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O objetivo desses projetos é criar cadeias produtivas industriais enquanto são formados novos recursos humanos. Também há o interesse em aumentar o turismo para reativar o comércio local. Um ponto comum entre os projetos é a inovação. É o caso das atividades com veículos não tripulados, mobilidade por aplicativos de celular e com a robótica.
Higoshi Yamaguchi, gerente da Robotcom, sabe que a competição internacional no setor é cada vez maior e explica que eles querem fortalecer a marca dos produtos fabricados no Japão. Uma das dificuldades é a delicada situação mundial. Ele diz que após a guerra na Ucrânia o quadro ficou mais complicado até do que na pandemia. Alguns insumos que eles precisam comprar no exterior, como cerâmicas especiais para semicondutores, estão cada vez mais difíceis de conseguir. Por isso eles têm procurado expandir as atividades no Sudeste Asiático. Ciente da crescente presença da China na América Latina, Hitoshi não descartou a possibilidade de investimentos no Brasil, caso surja uma oportunidade.
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