Fonte: Ambiente Brasil (www.ambientebrasil.com.br) - 10/03/07
Pelo menos 20% de toda a energia consumida pela União Européia (UE) deverá ser proveniente de fontes renováveis até 2020, segundo um acordo pactado nesta sexta-feira (9) em Bruxelas pelos líderes europeus.
A decisão, que causou muitas divisões dentro do bloco, define um dos caminhos a serem seguidos pelos 27 países europeus para conseguir cumprir a meta de redução de 20% nas emissões de CO2 até esse mesmo ano.
A meta foi acordada na quinta-feira (8), no primeiro dia da cúpula de primavera. O pacote de medidas - o mais ambicioso da história da UE - também determina que 10% dos combustíveis consumidos pelos automóveis de cada país sejam biológicos, uma decisão que poderá beneficiar o Brasil, o maior produtor mundial de etanol.
"São metas ambiciosas, mas podemos alcançá-las", assegurou o presidente da Comissão Européia (CE), José Manuel Durão Barroso, ao fim da reunião de dois dias.
"Esta foi a cúpula mais significativa da qual eu já participei em termos das conclusões a que chegamos. A Europa mostrou ao mundo que é possível tomar decisões importantes."
Nuclear - Segundo a chanceler alemã, Angela Merkel, cujo país ocupa a presidência de turno da UE, a discussão sobre as energias renováveis foi a parte mais "polêmica" da cúpula.
Muitos países do leste europeu, encabeçados pela Polônia, eram contra a obrigatoriedade do uso desse tipo de energia. São países altamente dependentes de energias pesadas e onde o desenvolvimento de tecnologias renováveis ainda engatinha.
Para conseguir o apoio desse grupo, os líderes europeus concordaram que a meta de 20% dirá respeito ao total da UE.
Caberá à Comissão Européia, o braço Executivo do bloco, analisar a situação socioeconômica de cada país e definir como serão distribuídas as obrigações de redução.
Os Estados membros também terão a liberdade de decidir a combinação mais conveniente para atingir essas metas, levando em conta as diferentes realidades. Essa concessão foi necessária para conseguir o apoio da França, que defendeu a inclusão da energia nuclear no pacote de renováveis.
Merkel justificou que, apesar da energia nuclear não ser renovável, trata-se de uma fonte que não emite CO2 e, portanto, contribui para o objetivo global de redução de emissões.
Pós-Kyoto - A meta européia de redução das emissões de CO2 passará de 20% a 30% quando a UE chegar a um "acordo mundial e completo" com os demais países industrializados em relação aos objetivos a partir de 2012, quando expira o atual Protocolo de Kyoto.
Até 2050, a diminuição coletiva das emissões de CO2 deve ficar entre 60% e 80%.
Os líderes europeus ressaltaram a importância de países em desenvolvimento, como Brasil, Índia e China, conterem o aumento de emissões que vêm experimentando devido ao processo de crescimento industrial por que passam.
Com esse plano de ação, a UE pretende limitar a 2ºC anuais o aumento da temperatura média mundial.
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