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Máquina holandesa para produção de chips causa tensão geopolítica com a China

Conheça a máquina da ASML usada pela Intel, Samsung e IBM para fazer seus chips; e pela TSMC, fabricante das CPUs da Apple e da Qualcomm.

Os chips de computadores e celulares são um dos itens mais valiosos do mundo. Sem eles, não teríamos acesso a grande parte das tecnologias que usamos diariamente. Essas peças, no entanto, utilizam de muita tecnologia para serem produzidas. As máquinas responsáveis por isso ficam localizadas em uma pequena cidade da Holanda e são baseadas no sistema de litografia por ultravioleta extremo (EUV).

De acordo com reportagem da Superinteressante, mais do que prover tecnologia para o mundo, essa máquina é alvo de disputas geopolíticas. Isso porque a China quer replicar o equipamento para poder ter uma produção própria e quase dobrar seu superávit comercial.

Como funciona o sistema EUV?

Os chips são estruturas minúsculas e com um alto nível de detalhamento. Só assim, eles conseguem processar todos os dados de computadores e celulares, tornar os aparelhos mais ágeis e otimizar suas baterias. 

Para alcançar esse altíssimo nível de precisão, a tecnologia EUV é essencial. A máquina que a utiliza funciona como uma impressora que usa luz ultravioleta extrema. Essa luz é projetada em uma base de silício, que por sua vez é coberta de substâncias químicas. Tais elementos reagem à luz e se transformam em compostos metálicos, formando os transistores e conectores dos chips.

Tecnologia de EUV no interior da máquina Twinscan NXE. Crédito: ASML

Para se ter uma ideia da complexidade desse processo, o chip M1 Max, da Apple, tem 57 bilhões de transistores em uma superfície de cerca de 4 centímetros quadrados. A luz ultravioleta extrema é a única que consegue “imprimir” os componentes do chip com tamanha precisão por conta das suas ondas minúsculas, com cerca de 13 nanômetros.


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A energia para gerar a luz não é a mesma que sai da tomada. A máquina utiliza 1,3 milhão de watts de eletricidade injetados para ”vaporizar microgotas de chumbo líquido, desencadeando uma reação atômica que libera a luz”, de acordo com  a reportagem. 

Para que tudo isso funcione idealmente, a máquina precisa ser mantida em um ambiente de vácuo quase que absoluto, para que as moléculas de ar não absorvam os raios EUV. Por conta do mesmo motivo, não podem ser usados diversos tipos de lentes no processo, por isso a luz é focalizada por espelhos ultrapolidos -- que são hiper precisos, tendo uma taxa de imperfeição de no máximo 1 átomo. 

Imagem frontal, semiaberta, da Twinscan NXE, produzida pela ASML, na Holanda. Crédito: ASML

A máquina mais valiosa do mundo

A máquina que possibilita a aplicação de toda essa tecnologia se chama Twinscan NXE e é produzida pela Advanced Semiconductor Materials Lithography (ASML), fruto da parceria entre Philips e Sony.

Todo o sistema para proteger a máquina é complexo. Para se ter ideia, dentro da fábrica o ar é 10 mil vezes mais limpo do que do lado de fora. A máquina pesa cerca de 180 toneladas e tem o tamanho de um ônibus. Para transportar seus módulos são usados colchões de ar sob pressão, que é a única forma de movimentá-los sem destruir o piso. Ela custa US$ 150 milhões e é preciso três Boeing 747 para ser transportada; suas peças ocupam 40 contêineres. 

A tecnologia, única no mundo, é disputada por diversos países e, mais do que um avanço da humanidade, é representação de poder. Uma tecnologia, que segundo a reportagem, é a única que a China não tem.

Acesse a reportagem da Superinteressante para conhecer mais profundamente as nuances geopolíticas dessa história.