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Uma parceria entre Brasil e Alemanha busca desenvolver um combustível sustentável para uso na aviação. Nascida em 2017, a cooperação entre instituições dos dois países resultou no projeto Combustíveis Alternativos sem Impactos Climáticos (ProQR) com foco em três áreas: apoio a construção de uma planta-piloto para produção do insumo; a criação de parâmetros para o uso desses combustíveis e a formação de pesquisadores na área.
A partir da experiência da planta-piloto, que está em fase de desenvolvimento, a ideia é desenvolver um modelo de referência internacional, além de fornecer números, dados e fatos para o debate internacional sobre descarbonização do transporte aéreo. O projeto envolve ainda a articulação entre órgãos de governo, universidades e indústria.
A avaliação é que o Brasil apresenta vantagens para a produção do combustível sustentável, como grande incidência solar e eólica. Coordenador do projeto, o engenheiro Marcos Costa, explica que o combustível sintético combina hidrogênio e carbono em um reator para a geração de petróleo sintético. A ideia é que as plantas de produção sejam pequenas e descentralizadas.
“A proposta do projeto é combinar energia elétrica renovável, uma fonte de CO2 e água para a produção de gás de síntese. Esse gás, após passar por um reator Fischer-Tropsch, se transforma em um petróleo sintético, chamado internacionalmente de blue-crude. Com esse petróleo se pode produzir diferentes derivados”, explica.
Costa explica ainda que as tecnologias já são aplicadas em escala em outros setores. Segundo ele, o desafio é a disseminação no setor aéreo. “As tecnologias envolvidas já têm maturidade tecnológica e são aplicadas em grande escala há muito tempo. O desafio tecnológico da proposta do ProQR passa pela integração dessas partes e de buscar a viabilidade econômica para que essas soluções possam ter tamanhos adequados para atender a demandas pontuais, como, por exemplo, aeroportos remotos”.
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Os parceiros de implementação brasileiros são o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP). A Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e o Centro Aeroespacial Alemão (DLR) estão envolvidos no lado alemão. O projeto tem duração até a metade de 2022.
O Brasil também é signatário de programas internacionais para redução e compensação de emissões de CO2 provenientes de voos internacionais, como o programa CORSIA, da Organização da Aviação Civil Internacional.
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