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A Coreia do Sul anunciou na última semana um plano ambicioso para construir o que chama de maior parque eólico flutuante offshore do mundo, um projeto-chave necessário para atingir sua meta de emissão zero de gases de efeito estufa até 2050.
Um total de 36 trilhões de won (US $ 32 bilhões) do governo e do setor privado serão gastos no projeto para criar um enorme complexo de parques eólicos offshore ao largo do centro industrial do sudeste do país na cidade de Ulsan até 2030, disse o Presidente Moon Jae-in. As instalações serão construídas no primeiro campo de gás natural offshore comercialmente viável do país, que deve interromper a produção e fechar em 2022, após 18 anos de operação.
Quando concluído, o parque eólico produzirá seis gigawatts de energia, o suficiente para 5,7 milhões de residências e será responsável por metade da produção de energia eólica offshore planejada da Coreia do Sul em 2030. O projeto também criará 210.000 novos empregos, disse a Casa Azul (escritório executivo e residência oficial do chefe de Estado e de governo sul-coreano).
“Os ventos do mar são como o petróleo sem carbono no século 21. Os parques eólicos offshore de grande escala nos trarão um atalho para alcançar a neutralidade em carbono e nos fornecerão novos motores de crescimento”, disse Moon em um discurso em Ulsan.
O parque eólico reduzirá 9,3 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa por ano e produzirá 84.000 toneladas de hidrogênio limpo por ano, de acordo com a Casa Azul.
As turbinas eólicas offshore convencionais são instaladas nas fundações construídas no fundo do mar, mas as turbinas eólicas flutuantes são ancoradas por cabos de amarração para que possam ser construídas em águas mais profundas, o que significa velocidades de vento mais altas e consistentes e uma maneira eficiente de gerar eletricidade.
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Ulsan é o coração das poderosas indústrias de construção naval e de plantas offshore da Coreia do Sul, hospedando dezenas de empresas que podem facilmente se envolver em projetos eólicos offshore.
Em uma cúpula do clima no mês passado, o presidente Moon prometeu aumentar ainda mais sua meta de redução de emissões de carbono e apresentar uma nova meta à ONU este ano.
Moon também disse na cúpula virtual que a Coreia do Sul interromperá o financiamento oficial para projetos de energia a carvão estrangeiros, impedindo que empresas estatais participem da construção e operação de usinas movidas a carvão no exterior.
Em um relatório atualizado para as Nações Unidas em dezembro passado, a quarta maior economia asiática apresentou sua meta de reduzir as emissões em 24,4% em relação ao nível de 2017 até 2030.
Faz parte do compromisso do país no âmbito do Acordo de Paris, conhecido como contribuição determinada nacionalmente (NDC). Mas essa meta deve aumentar drasticamente se a Coreia do Sul espera cumprir sua cota de obrigações climáticas, dizem os ativistas.
A Coreia do Sul depende do carvão e da energia nuclear para a maioria de suas necessidades de energia, contando com fontes renováveis para apenas 6%, de acordo com a Federação Coreana de Movimento Ambiental (KFEM).
“As preocupações também persistem sobre como Seul espera atingir suas metas de redução de emissões”, Sam Macdonald, coordenador de solidariedade internacional da KFEM, escreveu para o Diplomat na quarta-feira.
“A Coreia do Sul continua a fazer declarações climáticas ousadas no cenário mundial, mas seu histórico doméstico não as sustenta”, escreveu ele em um artigo intitulado South Korea’s Climate Pledges: Less Than Meets the Eye.
“Se Seul deve lançar novos NDCs este ano, eles não devem apenas ser significativamente maiores, mas devem enfrentar as verdadeiras fontes de emissões. Qualquer coisa a menos tornaria as recentes promessas de Moon Jae-in na cúpula de Biden totalmente sem sentido".
*Artigo original pode ser lido aqui.
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